A metade das 6.700 línguas que existem no mundo morrerá neste século, e outros 2 mil idiomas podem acabar mais tarde se não forem feitos esforços para salvá-los, ressaltou hoje um especialista chinês em um fórum sobre diversidade cultural.
O vice-presidente da estatal Academia Chinesa de Ciências Sociais, Li Shenming, fez este alerta no Fórum sobre Globalização e Diversidade Cultural no Mundo, realizado na cidade de Hangzhou, no leste da China.
-É uma pena que não se tenha alcançado um consenso internacional para o respeito e a proteção da diversidade lingüística – acrescentou o especialista no fórum, que reúne 180 lingüistas e especialistas na matéria de todo o mundo.
De todas as línguas que existem no mundo, calcula-se que mais da metade é falada apenas por comunidades com menos de 5 mil pessoas, e mil destas são idiomas praticamente extintos, falados por apenas dez pessoas.
No ano passado, por exemplo, a China anunciou o desaparecimento de uma língua excepcional, o nushu, só usado na prática para escrever, e que era utilizado só por mulheres, na província central de Hunan.
Paradoxalmente, a China quase não estimula o ensino e a conservação das línguas minoritárias do país ou dos dialetos do chinês (cantonês, shanghainês, hakka, entre outros).
Pequim proíbe, por exemplo, o uso destes dialetos pelos apresentadores das televisões e das rádios locais, não patrocina a edição de música em línguas que não sejam a chinesa e obriga toda a população a aprender mandarim, o único idioma oficial em um país com 56 minorias étnicas.