Merkel chega a Paris socialista como chanceler de direita

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Publicado Quarta, 23 de Novembro de 2005 às 11:04, por: CdB

Nova chanceler da Alemanha, Angela Merkel fez uma rápida visita à França nesta quarta-feira para destacar a importância que dá à parceria de Berlim com Paris antes do encontro de líderes da União Européia, em Bruxelas. Merkel tem dito que quer melhorar os laços com os Estados Unidos, mas fez de Paris e Bruxelas seus primeiros destinos como chanceler para assegurar a seus parceiros-chave da União Européia que não haverá mudanças radicais na política estrangeira.

Ela deve ir à Grã-Bretanha na terça-feira. O presidente Jacques Chirac cumprimentou Merkel calorosamente, beijando sua mão no palácio presidencial Elysée. Ele colocou os braços sobre os ombros de Merkel, que segurou as costas do presidente francês, enquanto ambos posavam e sorriam para fotógrafos.

A visita de Merkel estava prevista para durar apenas duas horas, antes de sua partida para Bruxelas para encontrar-se com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, e com líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do Parlamento Europeu.

"Bem-vinda, Angela!", escreveu o ex-presidente da França Valery Giscard d'Estaing no jornal francês Les Echos, dizendo que Merkel estava enviando um sinal de que a França e a Alemanha devem permanecer como os motores da UE.

Merkel foi formalmente empossada na terça-feira. Seus antecessores Gerhard Schroeder e Helmut Kohl também começaram seus mandatos com visitas a Paris e prometeram manter o eixo franco-germânico que marcou a política alemã pós-guerra. - A visita à França é o reconhecimento da parceria franco-germânica, disse o novo ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier, à TV alemã na terça-feira.

Merkel prometeu ampliar os laços com Washington depois da confusão com a guerra no Iraque, e seu encontro em Bruxelas com o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, deve reafirmar a importância da parceria transatlântica, disseram auxiliares.

Mas Steinmeier, um dos aliados mais próximos de Schroeder, tem dito que a política externa alemã não sofrerá nenhuma mudança radical sob o novo governo de Merkel, que congrega tanto conservadores como social democratas.

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