Os principais mercados financeiros da Ásia fecharam em baixa nesta quinta-feira, refletindo as quedas ocorridas nos Estados Unidos e na Europa no dia anterior.
O índice Nikkei, do Japão, caiu 1,35%, a sua maior queda em dois meses. Durante o dia, o índice chegou a ficar abaixo da marca crítica de 16 mil pontos, mas acabou se recuperando parcialmente antes do fechamento. Em Hong Kong, Coréia do Sul, Taiwan, Austrália e Cingapura, as Bolsas registraram perdas de até 3%.
Na Europa, a situação permanece volátil. O índice londrino FTSE, que reúne 300 das maiores empresas européias, abriu em alta, caiu 1% pouco depois e voltou a subir.
As quedas nos mercados internacionais são atribuídas a preocupações com a economia americana depois da divulgação do índice de inflação no país, que ficou mais alto do que esperado.
Juros
A inflação mais alta pode levar o banco central americano (Federal Reserve) a aumentar as taxas de juros, o que poderia prejudicar as perspectivas de crescimento econômico.
- Mais do que qualquer fator doméstico, eu acho que o declínio nos mercados é responsável por 100% da queda em Tóquio hoje - disse o analista Soichiro Monki.
Juros mais altos encarecem o custo dos empréstimos e, portanto, têm um impacto negativo sobre os lucros das empresas.
Na quarta-feira, o Dow Jones, de Nova York, teve a sua pior queda diária em três anos, tirando US$ 64 bilhões (R$ 138 milhões) do valor das 30 maiores empresas relacionadas no índice.
O FTSE, de Londres, também teve o seu pior dia desde outubro de 2002 - com as 300 maiores empresas européias "perdendo" 123 milhões de libras (R$ 502 milhões).
Também contribuiu para o mau desempenho dos mercados europeus o fato de a inflação na zona do euro ter ficado acima de 2,4% em abril. Assim como nos Estados Unidos, isso aumenta a probabilidade de uma elevação na taxa de juros pelo Banco Central no mês que vem.