Mercadorias não são vistoriadas em Bangu 3

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Publicado Segunda, 21 de Outubro de 2002 às 21:46, por: CdB

Agentes penitenciários de Bangu 3 (zona oeste do Rio), onde houve há uma semana uma tentativa de fuga em massa, seguida de rebelião, afirmaram nesta segunda-feira que as mercadorias que chegam para a cantina e para a cozinha do presídio não são vistoriadas por falta de funcionários e por defeitos constantes nos detectores de metal. Após o motim, os presos entregaram à polícia três fuzis, cinco pistolas, 5 kg de explosivos, três granadas, carregadores de fuzil e pistola e farta munição. Segundo os agentes, que não se identificaram, há só três deles para vistoriar centenas de caixas de alimentos, muitas fechadas, que chegam para abastecer os 896 presos da unidade. Para eles, as armas podem entrar em caixas de comida. Os agentes contaram que há cerca de 30 dias diminuiu a quantidade de alimentos que entra no presídio: agora só entra comida equivalente para um dia de refeição. Os agentes disseram ainda que até a rebelião eram os próprios presos quem arrumavam e preparavam os alimentos. O secretário Estadual de Justiça, Paulo Saboya, disse acreditar que as armas entraram no presídio durante uma rebelião no ano passado. "Não quero mais a indignação de ninguém, quero parcerias. Temos pessoal aquém das necessidades, sim. Mas quero que os agentes digam isso para mim, para os chefes deles", disse o secretário. Os agentes reclamaram da falta de contingente para cuidar dos presos. Ideal, para eles, seriam 35 agentes por plantão de 24 horas, enquanto hoje são 16. Os indícios de que o túnel usado na tentativa de fuga estava sendo cavado foi percebido pelos agentes há cerca de dois meses. Eles sempre encontravam barro nas celas. Segundo um deles, os presos despejavam a maior parte do barro na ala B, enquanto o túnel era cavado na ala A. Eles contaram também que os presos circulam livremente entre as duas alas.

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