Mercado aprova acordo do Brasil com FMI

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Publicado Quinta, 06 de Novembro de 2003 às 20:29, por: CdB

A Bolsa de Valores de São Paulo operou em alta de 1,95%, nesta quinta-feira,com o Ibovespa em 18.665 pontos, no dia em que a agência de classificação de risco Fith Ratings aumentou o ratings (nota de crédito) de longo prazo dos bancos brasileiros de B para B+. Apesar da melhoria no quadro externo, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou que o acordo com o Fundo significa uma saída mais cuidadosa da crise e o estabelecimento de uma espécie de cheque especial que o Brasil passa a contar com o FMI, "em possíveis momentos de crise".

Para a Fith Ratings, o aumento do conceito reflete a melhora na performance da economia do Brasil. A Fith acredita que o acordo que será firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciado na quarta, demonstra o compromisso do governo brasileiro com a política fiscal. Segundo a agência, os recursos servirão para o Brasil como uma proteção contra crises externas.

A análise da agência indica um incremento na Balança de pagamentos - registra transações internacionais - do Brasil, crescimento nas exportações de 20% no acumulado do ano, até outubro, enfatizando o aumento das exportações para a China e União Européia. Para a Fith, a política monetária foi bem sucedida até outubro, com a inflação a 14% e a expectativa para o próximo ano, é de 6%. No quadro político, a Fith Ratings acredita que será possível aprovar as reformas da previdência e tributária, em 2004, o que representará vitórias políticas e futuros crescimentos de crédito.

O dólar comercial é negociado a R$ 2,8760 para compra e a R$ 2,8780 para venda, em alta de 0,48%. O risco-país, índice que reflete a expectativa dos investidores internacionais na economia brasileira, registra 587 pontos, queda de 0,85%.

O ministro da Fazenda reafirmou, a pretensão de deixar de utilizar recursos do Fundo Monetário Internacional nos próximos anos. Ressaltou, no entanto, que não poderia desatar o relacionamento de um dia para o outro com o organismo internacional, o que acabaria compromentendo a boa convivência com os credores. "O Brasil já está se preparando para sair do acordo com o FMI, mas não é correto sair de um acordo grande como esse de maneira abrupta. Temos apoio até dezembro: no dia seguinte, deixamos o Fundo?", indagou.

Lembrou, também, que o acordo elaborado, agora, mudou a forma de se pagar a dívida, o que provocou a extensão no prazo. "Isso é melhor para a administração das contas brasileiras. O que estamos acertando com o Fundo é fazer com que a saída seja suave, ou seja, vamos partir de um acordo com muitos recursos para um acordo preventivo - de fato, nós não pretendemos sacar o dinheiro. Se nós conseguirmos não sacar, melhor para o Fundo, melhor para o Brasil. E assim vamos ordenando nossa contas, investindo no crescimento econômico e melhorando as condições do Brasil, concluiu.

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