Mega-Sena: viúva presta novo depoimento e acusa ex-advogado

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Publicado Sexta, 16 de Março de 2007 às 19:01, por: CdB

A viúva Adriana Almeida, presa sob suspeita de envolvimento na morte do milionário da Mega-Sena Renné Senna, procurou a polícia para prestar seu terceiro depoimento desde a morte do marido, no dia 7 de janeiro. Desta vez, no entanto, a viúva fez acusações a seu primeiro advogado, Alexandre Dumans. Segundo ela, ele teria se apoderado de dois carros seus na fazenda, um Audi A3 e uma caminhonete S-10, e de jóias. O ex-advogado da suspeita e o delegado do caso estão envolvidos numa guerra de acusações.

A viúva, agora defendida pelo advogado José Lindbergh Freitas, afirmou ainda que Dumans a obrigou a mentir e que ele mesmo teria sido o autor da denúncia anônima que indicou seu paradeiro num hotel de luxo em Niterói, há 45 dias, onde foi presa.

- Ele dizia a ela que a situação estava tranqüila, que ela iria ser solta, mas argumentava que precisava de dinheiro para dar aos policiais e para o restante de seus honorários -, contou o delegado Roberto Cardoso, que vai indiciar o advogado por tráfico de influência e intimá-lo a depor.

Contratado pr R$ 600 mil, ele teria recebido um cheque de R$ 294 mil de entrada, dias após o crime.

Entre as mentiras contadas por Adriana estaria a omissão de seu relacionamento extraconjugal com o motorista de van Robson de Andrade Oliveira. Na época, depois do depoimento do amante da viúva, Dumans chegou a chamar a falta dessa informação de "mentira moral".

Adriana contou também que o testemunho de Augusto, ex-advogado de Renné, teria sido plantado por Dumans no atual inquérito em troca de dinheiro. Em fevereiro, ele trouxe à tona uma gravação de uma reunião em que presenciava o milionário discutindo com o irmão Miguel por estar desviando dinheiro da fazenda. A ex-cabeleireira disse ainda que retirou todo o dinheiro das duas contas conjuntas que mantinha com o marido por orientação do advogado.

De acordo com a polícia, Adriana percebeu que estava sendo enganada por Dumans ao receber o mandado que comunicava a prorrogação do seu pedido de prisão temporária. O estopim aconteceu na última terça-feira, quando Augusto a procurou na prisão pedindo, na frente de um carcereiro, que ela assinasse uma confissão de dívida de R$ 500 mil, depois de ter lhe pedido que passasse uma casa, no valor de R$ 130 mil em Itaipu, na região oceânica de Niterói, para o seu nome.

Segundo, Cardoso, no entanto, o depoimento não muda os rumos da investigação da morte do milionário e que Adriana "continua sendo a principal suspeita, inclusive de ser a mandante".

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