Massa salarial deve crescer 10% este ano, prevê Ipea

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Publicado Quinta, 06 de Janeiro de 2005 às 17:24, por: CdB

A massa salarial dos trabalhadores deve fechar 2004 com crescimento de cerca de 2% - depois de uma queda de 9% em 2003 - e poderá voltar a crescer, perto de 10%, em 2005. As estimativas preliminares são do economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Luiz Eduardo Parreiras. Apenas em novembro, o avanço representou uma injeção de R$ 1 bilhão na economia, nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras.

"Como se trata de rendimento do trabalho, isso representa o ingresso de dinheiro na economia, no consumo. Em 2005, o crescimento da economia vai ser mais equilibrado, com avanços na exportação, investimentos, consumo de bens duráveis e não-duráveis (que dependem diretamente da renda)", afirma o especialista do Ipea. Para ele, o avanço este ano permitirá recuperar o que se perdeu de massa salarial em 2003.

Na prática, a massa de rendimentos já cresceu sete meses consecutivos, de maio a novembro, sobre o mesmo mês do ano anterior. Os dados levam em conta a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa a evolução da ocupação e do rendimento médio real em seis regiões metropolitanas, com dados disponíveis até novembro. A massa foi calculada pelo economista com base na evolução da população ocupada e do rendimento médio mensal.

Parreiras mostra que em novembro de 2003 a massa salarial nas regiões pesquisadas foi de R$ 16,6 bilhões. No mesmo mês em 2004, subiu para R$ 17,6 bilhões. O crescimento tem se dado mais pelo avanço da ocupação do que pela recuperação do rendimento. Quando o número de empregados aumenta, cresce a massa salarial. Quando o rendimento real cresce, o aumento da massa de salários é ainda maior. "O salário está se recuperando lentamente. Na prática a maior influência é do avanço da ocupação. Para 2005, os rendimentos devem dar o tom do crescimento da massa salarial", afirmou.

Parreiras disse que na fase inicial das recuperações econômicas as contratações começam pela "base da pirâmide salarial". "Este ano (de 2004) houve grande volume de contratação de baixa renda. A tendência é de que, na medida em que continue o crescimento econômico, aumente a contratação de níveis salariais maiores", diz Parreiras. Ele lembra que em 2003 o rendimento real foi prejudicado pela inflação, que ficou mais alta a partir do segundo semestre de 2002, e pelo baixo crescimento da economia (0,5%).

O chefe do posto do Sistema Nacional de Empregos (Sine), no Centro do Rio, Sérgio Bandeira, disse que a unidade fechou 2004 com um crescimento de 10% nas contratações.

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