O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, respeitado internacionalmente por sua luta contra o regime do apartheid, criticou o presidente norte-americano George W. Bush e sua política para o Iraque, afirmando que “se há um país que cometeu atrocidades execráveis no mundo, estes são os Estados Unidos da América”.
Falando para o Fórum Internacional da Mulher, Mandela disse que “uma potência com um presidente que não tem visão, que não consegue pensar adequadamente, está agora querendo mergulhar o mundo num holocausto”.
Mandela acusou Bush de querer dominar as reservas de petróleo do Iraque.
Os Estados Unidos estão ameaçando lançar uma operação militar contra o Iraque se o país não cooperar com os inspetores de armas das Nações Unidas de forma a satisfazer Washington.
Acompanhado por sua mulher, Graça Machel, e recebendo aplausos por seus comentários, Mandela disse que Bush e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, estão minando o trabalho passado das Nações Unidas.
“Eles não se importam. Será em razão de o atual secretário-geral da ONU ser um negro?”, perguntou Mandela, referindo-se a Kofi Annan, que é de Gana.
Blair deve discutir a crise em torno do Iraque quando se encontrar com o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, em Londres, no sábado, um dia depois de se reunir com Bush, em Washington.
Mandela declarou que apoiaria, sem reservas, qualquer ação aprovada pela ONU contra o Iraque, o qual Bush e Blair acusam de possuir programas de armas de destruição em massa e de ter vínculos com grupos terroristas, incluindo a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
O prêmio Nobel da Paz, de 84 anos, já se pronunciou várias vezes contra a posição de Bush, e os laços da África do Sul com a Líbia e Cuba, durante o Governo Mandela, incomodaram Washington.