Mal da vaca louca atinge rebanhos no Japão

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Publicado Segunda, 10 de Setembro de 2001 às 12:58, por: CdB

O ministério da Agricultura do Japão confirmou, nesta segunda-feira, a ocorrência do primeiro caso do mal da vaca louca no país. A doença que ataca o sistema nervoso dos bovinos ainda não havia sido detectada na Ásia. Em junho deste ano, as Nações Unidas alertaram que o continente estava particularmente vulnerável à doença, uma vez que importava grandes quantidades de ração à base de carne e ossos da Europa ocidental, onde o surto foi deflagrado. Segundo o ministério da Agricultura japonês, a encefalopatia espongiforme bovina (BSE), o termo científico da doença, foi verificada em uma vaca na cidade de Chiba. A BSE, que ataca o cérebro, está relacionada à variação fatal da doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD) nos seres humanos. No caso da CJD, o tecido do cérebro é devastado quando o paciente ingere carne contaminada com a BSE. O Japão tentou impedir que a doença cruzasse suas fronteiras restringindo as doações de sangue de pessoas que moraram na Grã-Bretanha, onde mais de 100 casos foram descobertos desde 1986. O mal da Vaca Louca forçou o sacrifício de rebanhos inteiros na Europa. Além disso, a União Européia chegou a proibir a exportação de carne britânica. No ano passado, diante dos indícios de que a doença estava se espalhando pela Europa, o Japão proibiu a importação de carne procedente de países da União Européia, além de enlatados e esperma de touro. Chiba, onde o primeiro caso foi detectado, não tem tradição leiteira. A maioria dos moradores da região vive da agricultura de subsistência. O Japão, junto com toda a Ásia, o Leste Europeu e o Oriente Médio foi citado em um relatório da Organização para Alimentos e Agricultura, uma agência da ONU, como suscetível ao mal da Vaca Louca. Com base em dados do governo japonês, cientistas da União Européia haviam classificado o risco do Japão como três, em uma escala entre um e quatro. Os veterinários vinham analisando os riscos de a doença ocorrer em outros países de fora do bloco continental para se certificarem de que carnes contaminadas não entrariam novamente na Europa. Em abril deste ano, o Japão começou a monitorar sintomas anormais em animais que apresentaram morte inexplicável.

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