"Causa espécie a oposição querer impedir que o acionista majoritário faça a avaliação de um gestor que está há 14 anos na empresa". A frase é do líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP) e resume a situação a respeito do mais recente ataque da oposição ao governo.
A oposição insurgiu-se contra a sugestão que teria sido feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aos outros sócios, de mudanças no comando da Vale. O que vemos, então, é a velha ladainha deles contra uma pseudo "reestatização da empresa".
Não se trata disso, esclarece o líder Teixeira. Queiram ou não os neoliberais de plantão, enquanto sócio majoritário da Vale, o governo tem, sim, todo o direito de cobrar uma estratégia que gere mais empregos para o país. Direito e dever.
Cargos na direção da Vale não são vitalícios
O líder petista lembra que os cargos de direção na Vale não são vitalícios - Roger Agnelli, atual presidente da Companhia, está no seu comando desde 1997, quando ela foi desestatizada por apenas de US$ 3 bi no auge da febre e fúria da privataria promovida pelo tucanato no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"A oposição quer tirar do governo a avaliação dos gestores (...) O governo tem não apenas o direito, mas também o dever de discutir a estratégia da empresa, podendo avaliar quem deve controlá-la", afirmou Teixeira. Dever que provavelmente a oposição não entende - e talvez nunca entenderá.
Agora, definitivamente, este governo não será irresponsável e nem compartilhará a ideia neoliberal que imperou na era FHC, de que o mercado pode tudo, o que nos levou a "elevadíssimos índices de desemprego e a quatro crises (econômicas)", lembra o deputado Paulo Teixeira.
Não há nada de errado na avaliação
Ele reforçou sua argumentação, lembrando ser a mesma estratégia que levou recentemente levou os Estados Unidos "à maior crise desde 1929". A movimentação do governo em relação á Vale é legal e de direito - trata-se de uma avaliação por parte do sócio majoritário.
Não há nada de errado nisso. Embora desconheça a participação do ministro Mantega nessas supostas tratativas, concordo com o deputado Paulo Teixeira: "Se o fizer, será de forma legítima, na defesa do projeto nacional do governo do PT e aliados", como bem lembra o líder.
Portanto, meus caros, esse blá blá blá de que o governo ameaça reestatizar a Vale é só isso mesmo: factóide, ladainha da oposição que, por algum motivo, não quer que o sócio majoritário avalie a direção da empresa.