Lula reúne parlamentares do PT e pede paciência

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Publicado Quinta, 28 de Novembro de 2002 às 12:37, por: CdB

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva reuniu nesta quinta-feira os 91 deputados e 14 senadores que formarão a bancada do Partido dos Trabalhadores do Congresso em 2003 para pedir "paciência" aos companheiros. Lula lembrou aos parlamentares que o PT agora será governo: "Temos que mostrar a capacidade de cumprir a expectativa que criamos na cabeça do povo", afirmou. De acordo com o porta-voz André Singer, Lula falou durante 20 minutos e pediu paciência aos petistas. Além dos deputados e senadores eleitos, participaram do encontro o coordenador da transição, Antonio Palocci, o presidente nacional do PT, José Dirceu, e o secretário-geral do partido, Luiz Dulci. José Dirceu, em entrevista aos jornalistas, negou que haja insatisfação da bancada do partido em relação às articulações políticas que visam a assegurar uma maioria parlamentar no Congresso Nacional, fundamental para a aprovação de propostas e projetos do governo de Lula. "Não tem nenhum parlamentar insatisfeito", garantiu Dirceu, descartando notícias veiculadas por alguns jornais brasileiros. Sobre a posição do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e do PFL (Partido da Frente Liberal) de atuarem na oposição ao governo, José Dirceu disse que o PT respeitará essa postura. "Nós estamos reconhecendo e respeitando o papel do PSDB e do PFL, na oposição", disse. "Eu falei isso de maneira clara para a sociedade: o PT, como oposição, foi desligitimado, descredenciado e discriminado. Nós não faremos isso". Quanto ao PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), Dirceu assinalou que é indispensável o apoio do partido ao governo Lula. "É público e notório que a maioria do partido apoiou o candidato Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro e segundo turnos", ressaltou. "Então, seria impensável que nós não tivéssemos uma relação com o PMDB, até porque dois governadores do PMDB (Luiz Henrique, de Santa Catarina, e Roberto Requião, do Paraná), que foram eleitos, apoiaram Lula no primeiro turno e o outro no segundo". Entretanto, a senadora Heloísa Helena, que representa uma ala considerada radical dentro do PT, mostrou certa insatisfação com o processo de transição, antes da reunião. "Tanto a bancada como as instâncias partidárias devem ser ouvidas", disse. "Eu não quero ser ouvida em relação à disputa de cargos, à indicação de nomes. Eu quero ser ouvida, assim como a maioria dos militantes, em relação à concepção programática, aos projetos e às definições políticas que serão implementadas pelo novo governo".

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