O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, em seu discurso no diálogo ampliado, as barreiras protecionistas impostas aos países em desenvolvimento. - Fizemos um enorme esforço e sacrifício para alcançar competitividade. Mas como competir livremente em meio à guerra de subsídios e outros mecanismos de proteção, que criam uma verdadeira exclusão comercial? - protestou. Lula sugeriu a criação de uma nova aliança contra a exclusão social, diante da situação de pobreza e miséria que atinge milhares de pessoas na América Latina, Ásia e África. Ele disse estar certo de que não haverá desenvolvimento econômico mundial sem sustentabilidade e que sem ambos, teremos um mundo cada vez mais inseguro. - É nesse espaço de desagregação social que prosperam os ressentimentos, a criminalidade e, em especial, o narcotráfico - disse Lula. Dizendo que não está aqui para reclamar nem se lamentar, Lula enfatizou que o Brasil e outros países em desenvolvimento fizeram o dever de casa exigido pela "estratégia econômica mundial", mas que não houve avanços no plano da exclusão social. "Não queremos o olhar piedoso dos países ricos", disse Lula, mas soluções estruturais. O presidente propôs a criação de um fundo internacional capaz de dar comida a quem tem fome e, ao mesmo tempo, acabar com as causas estruturais da pobreza. Ele apresentou duas sugestões: a taxação do comércio internacional de armas e a criação de um mecanismo que possibilite a países ricos repassar ao fundo percentagens dos juros pagos pelos países devedores.
Rio de Janeiro, Quarta, 17 de Abril de 2024
Lula critica barreiras protecionistas impostas aos países em desenvolvimento
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Publicado Domingo, 01 de Junho de 2003 às 10:29, por: CdB
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