Lula, cercado pelo povo, emocionado, despede-se do poder

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Publicado Sábado, 01 de Janeiro de 2011 às 16:46, por: CdB
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo na sua despedida do Palácio do Planalto. Depois de descer a rampa com a presidenta da República, Dilma Rousseff, o vice, Michel Temer, e a mulher Mariza Letícia, Lula foi abraçar as pessoas na Praça dos Três Poderes. O presidente também cumprimentou vários dos seus ex-ministros O ex-presidente ficou vários minutos no meio do povo provocando uma grande agitação na segurança. Em seguida, entrou no carro e se dirigiu para a Base Aérea de Brasília, onde foi recebido por um grupo de pessoas que um aplaudiu e gritou o seu nome. Neste momento Lula embarca para São Paulo onde fará uma visita ao ex-vice-presidente José Alencar, que está internado no Hospital Sírio Libanês. Após a visita, o ex-presidente segue para o seu apartamento, em São Bernardo. Popularidade em alta Lula deixa o comando do Brasil como o presidente mais bem avaliado da história. As políticas sociais despontam como o grande combustível para a aprovação recorde, mas a fala simples do petista e o contato direto constante com o público também ajudaram para manter a maioria da população ao seu lado. Nas contas oficiais, sob Lula, cerca de 36 milhões de brasileiros ingressaram na classe média. Ao mesmo tempo, mais de 28 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema, beneficiadas pelas políticas sociais do governo, em especial pelo programa Bolsa Família. Em oito anos, as políticas sociais e os impulsos econômicos e fiscais dados à produção geraram mais de 14 milhões de empregos formais. Embalados, os brasileiros aumentaram seu apetite por crédito e o setor financeiro registrou recordes seguidos de aumento nos financiamentos. Beneficiada, na maior parte do tempo, por um cenário externo favorável, a economia brasileira cresceu numa média anual de cerca de 4 por cento. Mesmo quando a crise global chegou, o Brasil foi melhor que a maioria dos países. Mas não foram oito anos tranquilos. Apesar de ter se saído bem diante da tempestade financeira mundial, o país viu nos últimos tempos um crescimento preocupante nos gastos públicos e sinais de alerta tanto na inflação como nas contas externas. No front político, logo no início Lula enfrentou o descontentamento de amplos setores de sua base eleitoral: as centrais sindicais criticaram o aumento irrisório do salário mínimo em 2003 e o funcionalismo ficou insatisfeito com as mudanças no regime previdenciário. Além disso, o ex-metalúrgico e sindicalista teve que enfrentar a desconfiança e o receio em relação ao que seria seu governo logo que assumiu. Em tom de desabafo, a poucos dias de deixar o cargo, disse que teve que provar ser capaz de governar igual ou melhor do que todos os outros que passaram pela Presidência.
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