Pega na mentira I
O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), tentou explicar os 155 telefonemas que deu para Roberto Carlos Kurzweil, apontado como o elo entre os donos de bingos e o caixa-dois do PT. Chinaglia defendeu-se afirmando que alugou um carro de Kurzweil. Como o carro deu alguns problemas, ele fez as ligações, reclamando. Mas foram 155 telefonemas, das quais 84 para o celular de Kurzweil. É bom Chinaglia arranjar outra justificativa.
Pega na mentira II
Os atuais gestores da Brasil Telecom informaram à polícia que, quando a empresa tinha como controlador o polêmico banqueiro Daniel Dantas, gastou R$ 20 milhões por honorários advocatícios pouco claros. A empresa desconfia que se tratou de propina. Do total, R$ 8 milhões foram pagos ao escritório do advogado Antônio Carlos Almeida Castro, que atende pelo apelido de Kakay e é amigo íntimo do ex-ministro José Dirceu. Kakay emitiu notas fiscais relativas aos pagamentos, mas seus números são quase seqüenciais, o que é cheira mal. A justificativa do advogado é que seu escritório quase não emite notas. Mas como explicar que a atual direção da Brasil Telecom desconheça o teor dos serviços prestados?
Uma mão lavou a outra
A Folha de S.Paulo deste domingo informa que um grupo de 64 doleiros remeteu ilegalmente US$ 19,53 bilhões só para bancos dos Estados Unidos entre 1996 e 2003, segundo informações recolhidas pelo Ministério Público Federal do Paraná. A cifra equivale a R$ 44,62 bilhões em valores atuais. Os leitores de boa memória hão de lembrar-se da CPI do Banestado, que acumulou tanto material explosivo contra dirigentes tanto do PT, como de partidos de oposição de direita, acerca de remessa ilegal de divisas para o exterior, que acabou com suas conclusões engavetadas, num acordo espúrio. Coisa do tipo "uma mão lava a outra". Vamos aguardar para ver se, agora, as informações do MP do Paraná levarão a algum resultado.
Péssimo exemplo
É escandaloso o comportamento de desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio do Rio. Desrespeitando decisão do Conselho Nacional de Justiça confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), eles voltaram a contratar 17 parentes de magistrados do TJ. Se a própria Justiça não respeita as decisões judiciais, como querer que o Judiciário seja respeitado pela população?