O líder de um grupo radical que pertence à Fatah, a facção do novo presidente palestino Mahmoud Abbas, se comprometeu, às primeiras horas desta quarta-feira, a suspender ataques a Israel.
A declaração foi feita pouco depois de um extremista suicida detonar explosivos perto de militares israelenses na Faixa de Gaza, logo após Abbas chegar ao território para tentar convencer radicais palestinos a deporem armas.
- Aceitamos suspender todas as ações militares dentro de Israel com o objetivo de apoiar o programa político de Abbas - disse Zachariya Zubeidi, o principal líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.
- Mas como Gaza e Cisjordânia estão sob ocupação, vamos resistir à ocupação a menos que o governo israelense declare uma trégua perfeita, remova todas os postos de controle e comece a libertar (os palestinos presos) - disse ele.
Abbas, eleito em 9 de janeiro, conclamou os palestinos a encerrarem o levante armado em nome da construção de um Estado. Ele defendeu também que Israel retomasse as negociações de paz.
As declarações de Zubeidi foram feitas quando Abbas estava em Gaza, em uma visita ofuscada por mais um atentado. O Exército israelense confirmou o ataque, ocorrido perto do assentamento judaico de Gush Katif. Horas depois, o Hamas assumiu sua autoria do atentado.
- Pareceu ser um extremista suicida que se explodiu enquanto os soldados verificavam seu veículo - disse um porta-voz dos colonos judeus na região.
- Há seis feridos, a maioria deles grave - disse.
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, também esteve na Faixa de Gaza nesta terça-feira, numa rara visita às tropas nos territórios ocupados. O gabinete israelense disse que o premier discutiu formas de conter os ataques com mísseis e morteiros contra assentamentos no norte da região.
- Disparar contra assentamentos civis é algo que não pode continuar e que deve ser tratado o mais rápido possível - disse Sharon aos soldados, em discurso transmitido pela Rádio Israel.