Líbano acusa Israel por morte de líder cristão

Arquivado em:
Publicado Quinta, 24 de Janeiro de 2002 às 22:21, por: CdB

O governo do Líbano acusou Israel de envolvimento no assassinato do líder cristão Elie Hobeika e outras cinco pessoas na explosão de um carro-bomba em Beirute nesta quinta-feira. Altos funcionários do governo libanês afirmaram que o objetivo foi impedir Hobeika de testemunhar em um tribunal belga que pretende julgar o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon pelo massacre nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, em 1982. Hobeika era líder de uma das milícias cristãs envolvidas no massacre. O ministro do Interior do Líbano, Elias Murr, disse que o envolvimento israelense em sua morte está "confirmado", mas não deu mais detalhes a respeito. Sharon disse porém que seu governo não tem nada a ver com o caso, e que as acusações vindas do Líbano não eram "dignas de comentário". A morte de Hobeika foi reivindicada por um grupo até então desconhecido que se intitulou Libaneses por um Líbano Livre e Independente. Em um comunicado, o grupo acusou Hobeika de ser um "agente sírio" - uma aparente referência à aproximação do líder cristão com a Síria, após a guerra civil libanesa (1975-1990). Em 1982, porém, Hobeika comandava um dos grupos cristãos de direita aliados a Israel no Líbano. Ele era acusado de ter comandado o massacre de centenas de refugiados palestinos em Sabra e Shatila, que na época estavam sob cerco israelense. Poucos dias antes de sua morte, Hobeika deixou saber que tinha importantes revelações a fazer no tribunal belga onde Sharon será julgado por supostos crimes contra a humanidade. Na época do massacre, Sharon era o ministro da Defesa de Israel. Ele deixou o cargo depois que uma comissão que investigou os massacres chegou à conclusão de que Sharon tinha responsabilidade indireta pelo ocorrido.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo