Judeus norte-americanos apóiam legislação antiterrorismo

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Publicado Quinta, 03 de Janeiro de 2002 às 21:26, por: CdB

Grupos judeus há muito conhecidos por sua explícita defesa de liberdades civis ficaram em silêncio ou até mesmo apoiaram a legislação antiterrorismo do governo Bush, rompendo com seus aliados no movimento de liberdades civis que criticaram as novas medidas por serem potencialmente repressivas. Mas os grupos parecem estar seguindo o ritmo de seu eleitorado. Uma recente pesquisa entre judeus norte-americanos revelou um alto nível de apoio para o tipo de medidas de vigilância que são o anátema dos apoiadores das liberdades civis, como a colocação de câmeras em locais públicos e o requerimento de documentos de identidade nacionais. "O dia 11 de setembro forçou todos, até os mais partidários da direita e da esquerda a estarem abertos a uma reforma do equilíbrio entre a segurança e a liberdade", afirmou o senador Charles E. Schumer. "Os grupos judeus talvez estejam mais abertos a esta reavaliação, já que muitas das ameaças são dirigidas não somente a Israel, mas a judeus em todo o mundo". Os ataques terroristas nos Estados Unidos incitaram muitos norte-americanos, independentemente de suas religiões ou etnias, a diminuir suas objeções a leis mais intrusivas em defesa da segurança nacional. Mas a mudança entre organizações judaicas é notável porque envolve um grupo de minoria predominantemente liberal que sempre se orgulhou de defender outras minorias raciais e étnicas. "O que temos é uma medida de ambivalência que é incomum", declarou o rabino Eric H. Yoffie, presidente da União de Congregações Hebraicas Americanas, a aliança de sinagogas. "As organizações e os líderes que normalmente se esperaria que fossem totalmente abertas sobre liberdades civis foram mais contidos". Um motivo para a relutância para criticar é que os líderes judeus americanos são intimamente familiares com a tentativa de Israel de manter uma democracia enquanto defendem-se de um ataque de terroristas, disse Yoffie. A maioria dos grupos, como o tradicionalmente liberal Congresso dos Judeus Americanos, não se posicionaram sobre a legislação antiterrorismo, de acordo com Phil Baum, diretor-executivo nacional do grupo. Mas a Liga Antidifamação se mostrou a favor dela, apresentando testemunho ao Congresso e elogiando o presidente Bush e o procurador-geral John Ashcroft. "Fomos muito claramente e diretamente apoiadores desta nova legislação e demos à lei mais poder para agir em prevenção de atos criminais", declarou Abraham Foxman, diretor-executivo da liga.

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