José Genoino é atacado por "Confeiteiros Sem Fronteiras"

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Publicado Domingo, 26 de Janeiro de 2003 às 17:00, por: CdB

O presidente do PT, José Genoino, foi atingido por uma torta esta tarde, durante entrevista coletiva que realizava no Hotel Sheraton, em Porto Alegre, por uma ativista que acompanhava o encontro com os jornalistas. "Lula não representa a gente em Davos", declarou a manifestante, ao jogar a torta no rosto de Genoino. Depois do ato, ela saiu correndo, mas foi contida temporariamente por um cinegrafista, até que outro ativista pediu que ela fosse liberada. A jovem não quis dizer seu nome e entregou uma nota assinada por uma suposta organização chamada "Confeiteiros sem fronteiras". Na nota, afirma que "repudiamos a confusão promovida pelo Partido dos Trabalhadores que quer fazer crer que nosso movimento, o movimento dos movimento (sic), pode ser representado ou encarnado em algum tipo de governo". A nota afirma ainda: "Nosso movimento não tem líderes ou representantes. Ninguém pode falar em nosso nome. Se alguém em Davos representa o movimento, somos nós mesmos, os milhares que ocupamos as ruas de Genebra em protesto contra a reunião de banqueiros, empresários e governantes que o PT legitimou". A nota encerra, com tom jocoso: "No espírito de Larry, Curly e Moe (nomes dos Três Patetas), saudamos o político José Genoino. Que se vayan todos! Um mundo sem líderes é possível". A manifestante acompanhava a entrevista até aquele momento e auxiliava, inclusive, com a sugestão de algumas palavras, o trabalho de tradução das respostas de Genoino para o inglês, feito pelo secretário municipal da Indústria e Comércio de Porto Alegre, Adeli Sell. Diante do susto, Genoino pediu calma, limpou-se e retomou a entrevista. A toalha que cobria a mesa onde estavam os gravadores e microfones ficou suja e foi retirada para que a entrevista continuasse. Genoino foi atingido pela torta quando respondia a uma questão sobre as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "Me sinto honrado em defender a presença do Lula em Davos e receber este tipo de agressão", afirmou o dirigente, depois de retomar a entrevista. "Essa agressão é desespero de um tipo de anarquismo e de aventureirismo que não tem futuro para se pensar o mundo". Felizmente o PT não tem nada a ver com essas manifestações de desespero, de anarquia, de inconseqüência", afirmou. Para Genoino, esse tipo de protesto facilita a guerra e as políticas protecionistas. Com a entrevista, Genoino estava encerrando sua participação no 3º Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre. Ele iniciou a entrevista comentando o pronunciamento que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial. Genoino disse que este era um dia muito especial e que Lula conquistou com argumentos, no Fórum Social Mundial, a posição correta de ir a Davos. "O pronunciamento dele hoje, quando o Fórum Social Mundial de Porto Alegre parou para ouvir, é uma prova de que estava absolutamente certo de ir e projetou mais ainda mundialmente a agenda e os propósitos de Porto Alegre, avaliou.

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