João Paulo II pede aos italianos que tenham mais filhos

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Publicado Quinta, 14 de Novembro de 2002 às 20:14, por: CdB

Em um pronunciamento histórico no Parlamento da Itália, nesta quinta-feira, o papa João Paulo II fez um apelo à população para que tenha mais filhos, a fim de reverter a queda na taxa de natalidade no país. O pontífice também convocou as autoridades italianas a demonstrar um "gesto de clemência" pelos prisioneiros, reduzindo suas penas. Em outro ponto de destaque em seu discurso, exortou a nova constituição da União Européia a reconhecer a tradição cristã no continente. Sobre o incentivo à natalidade, João Paulo II afirmou que os políticos deveriam pôr em prática iniciativas que "possam tornar a missão de gerar filhos e criá-los menos pesada em termos sociais e econômicos". O pontífice referiu-se à queda na taxa de natalidade na Itália - uma das mais baixas do mundo - como "mais uma ameaça grave que paira sobre o futuro deste país". Esta foi a primeira vez que o papa fez um pronunciamento no Parlamento, unindo em um só cenário a Igreja e o Estado. "Todos nós sabemos que esta associação passou por fases e circunstâncias amplamente distintas, sujeitas às vicissitudes e contradições da história", disse. Entretanto, João Paulo II ressaltou que "seria mais difícil compreender" a identidade da Itália "sem uma referência à Cristandade". O papa também abordou uma questão amplamente debatida na imprensa italiana: o direito de clemência para prisioneiros. "Um gesto de clemência em direção aos prisioneiros, por meio da redução de suas penas, seria uma prova clara de sensibilidade, que os encorajaria em sua reabilitação pessoal, pelo bem de uma reintegração construtiva à sociedade", disse João Paulo II ao Parlamento. E, em um alcance mais amplo, o papa fez um apelo aos líderes que estão elaborando a nova constituição da União Européia. "Existe uma necessidade de preservação contra uma visão continental que levaria em conta apenas os aspectos econômicos e políticos, e não os religiosos", queixou-se.

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