Japão quer construir a sua bomba nuclear

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Publicado Quarta, 18 de Outubro de 2006 às 09:47, por: CdB

Chanceler japonês, Taro Aso disse, nesta quarta-feira, que não há nada de errado em discutir se o país deveria ter armas nucleares, mas salientou que Tóquio não tem intenção de adquiri-las. No domingo, um dirigente do partido governista disse que o Japão, o único país a ter sofrido um ataque nuclear na história, precisa discutir a conveniência de obter armas atômicas, em resposta ao teste nuclear norte-coreano da semana passada. A Constituição pacifista do Japão, adotada após a Segunda Guerra Mundial, proíbe que o país tenha essas armas.

- Quando um país ao nosso lado chega a ter (bombas atômicas), não podemos considerar, não podemos conversar, não podemos fazer nada, não podemos trocar opiniões. Essa é uma forma de pensar. Acredito ser importante ter várias discussões a respeito, como uma forma a mais de pensar - disse Aso a uma comissão de assuntos exteriores da Câmara dos Deputados.

Na sessão, os parlamentares discutiam o que o Japão deveria fazer em reação ao teste norte-coreano.

- A realidade é que só o Japão não discutiu possuir armas nucleares, e todos os outros países discutem - afirmou Aso.

Mais tarde, porém, ele disse em entrevista coletiva após reunião com a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que o Japão não tem planos de obter armas nucleares nem a necessidade disso.

- O governo japonês não tem absolutamente nenhuma intenção atualmente de se preparar para possuir armas nucleares. Não há necessidade de ter armas nucleares, pois o marco de segurança Japão-EUA será ativado para a defesa do Japão (em caso de ataque norte-coreano), e a secretária Rice acaba de confirmar isso - disse ele na entrevista ao lado de Rice.

O primeiro-ministro Shinzo Abe deu nesta semana garantias de que o Japão manterá os auto-impostos "três princípios não-nucleares" -- não possuir, não produzir e não importar bombas atômicas. Nesta quarta-feira, Abe negou que o gabinete esteja dividido a respeito. Relatório feito por deputados republicanos dos Estados Unidos, dias antes do teste norte-coreano, alertava que tal teste poderia levar Japão, Coréia do Sul e Taiwan a criarem programas de armas nucleares, acarretando sérios riscos à estabilidade regional.

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