Japão pode descongelar empréstimos à China

O Japão está analisando descongelar seus empréstimos em ienes à China, a fim de melhorar as tensas relações bilaterais, e poderia anunciar uma decisão a esse respeito esta semana, informou, nesta segunda-feira, o jornal governista <i>China Daily</i>.

A cada ano o governo japonês destina uma série de empréstimos a juros baixos à China, decisão que costuma anunciar no final de março - coincidindo com o final do ano fiscal - mas em 2006 este anúncio foi atrasado, algo que, segundo os analistas, se deve aos conflitos bilaterais entre Pequim e Tóquio.

De acordo com o <i>China Daily</i>, a recente reunião dos ministros de Assuntos Exteriores dos dois países em Doha (Catar) ajudou a suavizar as tensões, por isso se espera que esta semana "se confirme o fim do congelamento".

Um porta-voz da Embaixada japonesa declarou à Efe que o Japão em nenhum momento decidiu "congelar" os empréstimos em ienes à China, ressaltando que Tóquio "ainda está analisando que projetos receberão os créditos".

A fonte japonesa assegurou que o estudo está "em sua fase final", mas disse que não se sabe quando será anunciada a concessão de empréstimos à China.

Em março, a imprensa chinesa analisou a possibilidade de o Japão anular toda a ajuda ao desenvolvimento destinada à China, mas, segundo o porta-voz japonês, só houve um atraso, e este só afetou os empréstimos, e não as doações ou os planos de cooperação tecnológica.

China e Japão estão passando por um mal período em suas relações devido às visitas feitas a cada ano pelo primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, ao santuário de Yasukuni, onde se homenageia 14 criminosos de guerra japoneses.

Outros temas são motivo de polêmica entre os países, como a prospecção de gás natural em jazidas disputadas pelos dois no Mar da China Oriental, ou as pretensões de Tóquio de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

De acordo com a imprensa chinesa, os empréstimos em ienes do Japão à China registraram uma tendência descendente desde 2000, e em 2005 foram de 85,9 bilhões de ienes - US$ 769 milhões.