Israel detém "militantes" em batida na área de Belém

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Publicado Terça, 29 de Janeiro de 2002 às 22:28, por: CdB

Forças israelenses prenderam supostos militantes palestinos em batidas em um vilarejo controlado pelos palestinos perto da cidade de Belém, na Cisjordânia. Durante a noite tropas israelenses invadiram o vilarejo de Artas, no distrito de Belém, na Cisjordânia. Fontes palestinas em Belém disseram que às 02h00 da manhã, o vilarejo, com 5.000 habitantes, foi invadida por dois tanques israelenses que transportavam aproximadamente 15 soldados. Os tanques entraram nas ruelas estreitas da vila e no caminho danificaram 20 veículos que estavam estacionados. Os soldados invadiram três residências e prenderam três pessoas suspeitas de envolvimento nas atividades do grupo Jihad Islâmico. Segundo os porta-vozes oficiais israelenses, esse tipo de operação é "uma ação preventiva para desativar bombas-relógio". O governo israelense acusou ainda a Autoridade Nacional Palestina de não tomar as medidas necessárias para impedir atentados contra alvos israelenses e anunciou que não vai mais confiar na administração palestina, mas sim impedir esses atentados com seus próprios meios. Os meios a serem usados pelo exército israelense incluem incursões aos territórios controlados pela Autoridade Nacional Palestina e a prisão de suspeitos. Um dos suspeitos, Omar Elias Aish, foi levado preso e acusado de pertencer ao Jihad Islâmico, os outros dois presos foram libertados algumas horas depois. Uma mulher, residente em uma das casas invadidas, que estava no quinto mês da gravidez, sofreu um aborto. Ela se encontra no hospital de Beit Jala. Outra pessoa, Ahmed Elias Aish, irmão de Omar Elias, foi baleado e também deu entrada no hospital de Beit Jala. Segundo as fontes palestinas, os soldados agiram de maneira extremamente violenta quando invadiram as casas e causaram graves danos. A aldeia de Artas é dividida em duas áreas: parte da aldeia pertence à área "A" (controle exclusivo da Autoridade Nacional Palestina) e outra à área "B" (controle civil palestino e controle militar israelense). Os tanques vieram da área "B", onde ficam permanentemente estacionados, no alto da colina de Artas. No final da operação militar, às 05h00 da manhã, os tanques retornaram ao topo da colina. Tanto a área "B" como a área "A" são terras pertencentes à aldeia. Durante as três horas em que as tropas permaneceram na aldeia, palestinos armados de Artas e também da aldeia de El Hader, dispararam contra os soldados israelenses. Nenhum soldado ficou ferido.As fontes em Belém também fizeram a seguinte declaração: "Esse tipo de operação militar não contribui em nada para a segurança de Israel e dos israelenses, muito pelo contrário, esse tipo de ação só cria mais ódio, mais ressentimento, que por sua vez leva mais pessoas aos braços dos movimentos radicais como Jihad Islâmico e Hamas". Palestinos armados também dispararam contra o bairro de Gilo, construído na parte ocupada de Jerusalém. Segundo fontes palestinas, os disparos foram em represália a invasão de Artas. No bairro de Gilo, seis apartamentos foram atingidos por tiros. Uma base militar e dois veículos estacionados também foram atingidos. Um israelense ficou levemente ferido.

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