Israel acusa UE de ligações com extremistas islâmicos

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Publicado Segunda, 12 de Dezembro de 2005 às 08:16, por: CdB

Segundo um documento interno do Ministério israelense das Relações Exteriores divulgado nesta segunda-feira, a União Européia (UE) violou a legislação internacional por seus contatos com a organização islâmica palestina Hamas e a libanesa Hizbollah, que recebe o apoio sírio e iraniano.
De acordo com o relatório divulgado pelo jornal "Haaretz", "muitos países estabeleceram contatos com representantes do Movimento de resistência Islâmica (Hamas) e do Hizbollah, ou se abstêm de tomar medidas severas contra essas organizações envolvidas em terrorismo" e  "Do ponto de vista legal, as considerações políticas [desses países, não identificados] não podem justificar uma atividade que é contrária à lei internacional".

O argumento dos autores, baseia-se em resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU que rejeitam o apoio ativo ou passivo a organizações ou indivíduos envolvidos em atividades terroristas,  segundo o jornal israelense. No caso do Hizbollah, cuja milícia opera contra Israel no Líbano, trata-se de uma organização "que goza de todos os mundos possíveis", como o Hamas, ao contar com uma seção política representada no Parlamento de Beirute, e outra militar.

O documento critica o que considera uma mudança de posição da UE, que incluiu os fundamentalistas do Hamas em sua lista de organizações terroristas, mas se dispõe a manter contatos com seus representantes nas eleições parlamentares palestinas, que devem ser realizadas em 25 de janeiro próximo. Israel se opõe à participação do Hamas nessas eleições enquanto mantiver a atividade de seu braço armado, pois "os candidatos que representam um grupo terrorista não devem gozar de legitimidade política".

A UE já rechaçou as críticas de Israel por realizar reuniões com representantes do Hamas, uma das principais facções da resistência palestina nos territórios ocupados, e resumiu o fato a contatos com alguns prefeitos da Cisjordânia pertencentes a essa organização. A Comissária de Assuntos Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, declarou aos jornalistas, durante uma visita que fez a região no mês passado, que a UE limitará seus contatos com Hamas a "questões eleitorais" para assegurar a transparência das eleições da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém.

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