O Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) assentou, este ano, 117.500 famílias de trabalhadores sem terra. Segundo o presidente do Incra, Rolf Hackbart, trata-se de um número histórico.
- Esses dados evidenciam que a reforma agrária não está parada. Nunca o Incra assentou tantas famílias em um ano. A meta de 115 mil já foi atingida e superada - afirmou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse acreditar que, até o final do próximo ano, o governo Lula atinja a meta de 400 mil famílias assentadas.
- Com a contratação de mais 1.300 novos funcionários, através de concurso, a melhoria do orçamento e a adequação dos índices de produtividade seguramente iremos atingir todas as nossas metas até o final do ano que vem - afirmou Rossetto.
Cerca de 235 mil famílias foram assentadas pelo Incra desde 2003, mais de 90% da meta do Plano Nacional de Reforma Agrária. Em 32 anos de existência do instituto, 540 mil famílias tiveram acesso à terra.
- Em três anos, produzimos o percentual de 35% de todo o trabalho da história do Incra, o que mostra que a reforma agrária é um dado de realidade - enfatizou o ministro.
Rossetto também destacou o número recorde de famílias que receberam assistência técnica.
- Duas referências que nos entusiasmam e projetam 2006: assistência técnica para 450.700 famílias e a contratação de 4.500 profissionais em todo o Brasil para dar assistência - revelou.
Rolf Hackbart informou que o orçamento do Incra em 2005 foi de R$ 3,5 bilhões.
- Vamos chegar a execução orçamentária entre 96% e 98% no dia 30. Na área de obtenção de imóveis, 100% dos recursos que nos foram disponibilizados - acrescentou.
- Vamos ter que suplementar, mas já entramos em 2006 com o orçamento de R$ 1,5 bilhão para obtenção de terras. Já entramos com aquilo que executamos em 2005, suplementado. Isso é muito bom - completou Rossetto.
De acordo com o presidente do Incra, a região norte registrou o maior número de assentamentos. Só no Pará, estado com maior número de mortes e de conflitos no campo, cerca de 13 mil famílias receberam terras. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra contestou, em nota divulgada hoje, os números do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Segundo a nota do MST, o governo Lula inclui nos números da reforma agrária famílias que receberam terras de assentamentos antigos.