Hillary vê arrogância na guerra antiterrorista

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Publicado Domingo, 16 de Novembro de 2003 às 14:31, por: CdB

A senadora americana Hillary Clinton acredita que seu país está conduzindo de forma arrogante a guerra contra o terrorismo e que essa atitude pode comprometer a reeleição do presidente George W. Bush, segundo uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal brasileiro O Estado de São Paulo.

- Me preocupa que estejamos travando uma guerra contra o terrorismo de uma forma unilateral e arrogante, que criou problemas ao invés de resolvê-los - disse a ex-primeira dama americana. Segundo Hillary, também são preocupantes as reações contra os Estados Unidos no resto do mundo pela ocupação militar do Iraque e a forma como o atual governo tratou alguns países amigos e aliados.

- É lamentável. Espero que eles (o governo) mudem de rumo. Se isso não ocorrer, nosso recurso será negar a reeleição (a Bush) - disse a senadora democrata por Nova York. Ela disse ainda que o presidente é politicamente vulnerável e que o povo americano está começando a questionar sua liderança.

Hillary, que no ano passado apoiou no Congresso a resolução que autorizou George W. Bush a usar os meios necessários para batalhar contra Saddam Hussein, afirmou que está "decepcionada" pela forma como a Casa Branca usou essa autoridade. - O erro da administração em planejar (a ocupação do Iraque), em internacionalizar as forças e em atuar rapidamente para estabelecer um governo iraquiano no país é muito perturbadora para um crescente número de americanos - afirmou Hillary.

A senadora disse ainda que "infelizmente" está vendo algumas similaridades entre a ocupação do Iraque e a guerra do Vietnã, como a falta de disposição do governo para admitir erros e as negativas a comentar as mortes, tanto de soldados como de cidadãos iraquianos. "Isso gera muitas dúvidas, tanto sobre a liderança como sobre a credibilidade dos EUA", afirmou.

Aproximadamente 400 soldados americanos morreram desde o início da invasão em 20 de março, sendo que mais da metade deles desde que Bush declarou terminada a fase principal de combates, em primeiro de maio.

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