Higiene reduz risco de pandemia da gripe, diz especialista

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Publicado Segunda, 21 de Novembro de 2005 às 10:08, por: CdB

Enquanto os governos se dedicam a elaborar planos de contingência e montar estoques de antivirais para a hipótese de uma pandemia de gripe, um especialista disse na segunda-feira que a melhor prevenção é bastante simples: lavar as mãos e cobrir a boca ao espirrar.
- É muito glamuroso falar no (antiviral) Tamiflu e em vacinas, mas, na verdade, cubra a boca quando espirrar e depois lave as mãos, disse Sian Griffiths, diretora da Escola de Saúde Pública da Universidade Chinesa de Hong Kong, em entrevista à Reuters.
- É realmente básico, mas trata-se de um bichinho (vírus) que se espalha como qualquer outro, disse Griffiths, que fez parte da comissão internacional de especialistas que examinou as falhas cometidas em Hong Kong durante a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), que em 2003 matou 300 pessoas no território e 800 em todo o mundo.
O vírus H5N1, da gripe aviária, já matou 67 das 130 pessoas que infectou na Ásia desde o final de 2003, especialmente no Vietnã e na Tailândia. A maior parte das vítimas contraiu o vírus ao lidar diretamente com aves infectadas. Por enquanto, o H5N1 não adquiriu a capacidade de ser transmitido facilmente entre humanos, mas cientistas temem que haja uma mutação nesse sentido, o que geraria uma pandemia capaz de matar milhões de pessoas.

Por isso, governos de todo o mundo se apressam em montar estoques do antiviral Tamiflu, capaz de reduzir os sintomas e complicações decorrentes da gripe aviária. Mas Griffiths alertou que não será necessariamente o H5N1 que provocará a próxima pandemia de gripe no mundo, que já é aguardada há tempos por especialistas. - Não sabemos que a pandemia de gripe se espalhará a partir da gripe aviária, do H5N1. Estamos postulando isso, mas não sabemos, afirmou. - Portanto, trata-se de princípios básicos, de prevenção. Isso tem de começar na comunidade agrícola porque sabemos que é a difusão entre animal e homem a causa dos novos vírus.
-Isso aconteceu com a Sars, com vírus históricos da gripe. Então como contemos a transferência para o homem? Existe a prática agrícola, os cuidados animais, então há a higiene pessoal e o comportamento.

Griffiths, que fez uma longa carreira na saúde pública britânica, disse que Hong Kong está preparado para um surto de gripe, graças à sua experiência com a Sars e à conscientização do público. Foi também em Hong Kong que o vírus H5N1 passou pela primeira vez a humanos, em 1997, quando infectou 18 pessoas e matou 6 delas. O governo local preparou um detalhado plano de contingência e realiza simulações em hospitais para testar o grau de preparação e coordenação entre os vários departamentos oficiais. Os jornais de Hong Kong estão repletos de artigos sobre o tema. Empresas e moradores compraram todas as caixas de Tamiflu que encontraram nas farmácias.
Mas Griffiths acha importante se dedicar aos que vivem marginalizados na sociedade e, portanto, estão mais vulneráveis à doença. - Como a Sars, as pessoas sob mais riscos são os idosos, os imuno-deprimidos, as pessoas já com problemas.

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