Há 7 meses Santo André está sem neurologista na rede pública

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Publicado Quinta, 05 de Junho de 2003 às 21:59, por: CdB

Há mais de 7 meses que a cidade Santo André não tem neurologistas para atender pacientes da rede pública. Usuários que precisam passar por consulta precisam solicitar encaminhamento ao único especialista que atende no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. O hospital tem um neurologista para fazer todo o atendimento regional. Segundo informações do serviço de marcação de consultas da Secretaria de Saúde de Santo André, no hospital são dez vagas disponíveis por mês, que se referem à cota da cidade. - Quando chega a agenda (que é semanal), as vagas se esgotam em menos de cinco minutos - disse uma atendente. Ela afirmou que os interessados em agendar uma consulta precisam ligar às segundas-feiras, logo cedo. - Tem que torcer para ligar no momento certo - informou. A falta de neurologista impediu o comerciante Daniel Armando Righi Langella, 49 anos, de saber o resultado de uma ressonância magnética feita há quatro meses. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Santo André, o Daamb (Departamento de Assistência Ambulatorial) confirma a ausência de neurologistas na cidade. A intenção da Prefeitura é abrir um concurso público para contratação de um especialista na área, mas ainda não há previsão de data para a abertura de um concurso específico para a especialidade. A assessoria informou ainda que a antiga neurologista atendia uma média de 16 a 20 pacientes por dia. Agora, pacientes controlados seriam atendidos por outros médicos ou encaminhados para hospitais de São Paulo ou Diadema. Mas segundo paciente entrevistados a cidade depende exclusivamente do serviço estadual porque a única neurologista do sistema municipal pediu demissão em outubro do ano passado e não foi substituída. Pacientes afirmam que ela atendia até 40 pessoas por dia. A assessoria informou ainda que o Daamb nem sabe qual é a demanda atual de pacientes na área de neurologia no município. Pacientes ouvidos pelo Diário, porém, informaram que ficaram sem qualquer orientação do serviço público municipal depois que o cargo ficou vago. A dona de casa Noêmia Silva Araújo Hernandez, 61 anos, que é epilética, não consegue mais a receita do medicamento Diazepan, porque não consegue marcar consulta com um neurologista. Noêmia já tentou agendar o atendimento no Hospital Estadual Mário Covas e no Centro de Especialidades 1, que fica na rua Ramiro Colleoni. Nos dois casos foi informada que não há vagas. - Descartei o Centro Hospitalar Municipal porque lá só atendem emergência. A minha sorte é que meu cardiologista conhece o histórico da minha doença e me receitou o Gardenal. Já que o Diazepan, ninguém passa - disse. Quando tem crises, a dona de casa vai ao Pronto-Atendimento Vila Luzita. - Mas lá não tem nenhum tipo de acompanhamento. Tenho crises há 17 anos, mas nunca cheguei a ficar sem médico. Não sei como uma cidade grande como Santo André permite uma situação absurda como essa - afirmou a dona de casa.

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