Há 47 anos descia sobre o país a noite de 64

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Publicado Quinta, 31 de Março de 2011 às 06:35, por: CdB

Há exatos 47 anos, na data de hoje, descia sobre o país a sombria noite do golpe militar que instaurou a ditadura de 21 anos (1964-1985), a mais longa de nossa história. O golpe, na verdade, consumou-se um dia depois, mas como não fica bem na história um golpe de 1º de abril, mudaram para 31 de março quando as primeiras tropas sob o comando do general Olympio Mourão Filho começaram a descer de Juiz de Fora (MG) para o Rio.

Não foi a única distorção nessa história: estupraram até o dicionário e, envergonhados de assumir o que de fato faziam, desde a 1ª hora passaram a chamar a quartelada de "revolução". Mas, sobre 1964, nem vale a pena falar, muito menos sobre seu mais ostensivo e assumido seguidor no Congresso Nacional, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Mas, ele, por coincidência, exatamente nesse 31 de março começa a ser processado pela Corregedoria da Câmara por suas seguidas demonstrações de preconceito, racismo e discriminação contra negros, mulheres, homossexuais, minorias...

Remanescente-símbolo de 64 começa a ser processado


Este seu mais recente surto de inolerância (leiam o post abaixo) é uma demonstração clara de que ele representa o que há de pior na herança de 64, não honra as Forças Armadas e nem o Congresso Nacional. Muito menos, ainda, seu partido o PP, do qual todos esperam uma atitude à altura contra o desrespeito á Constituição, verdadeiro crime cometido reincidentemente pelo deputado Bolsonaro.

Ainda que não valha a pena falar sobre 64 - data que a partir desse ano não mais é comemorada pelas Forças Armadas - não há como deixar de fazê-lo porque ainda resta a busca da verdade e da justiça para com os assassinados, mortos e desaparecidos vítimas daquele regime.

Escondem-se e acovardam-se diante do que fizeram, mas para remanescentes e defensores da ditadura este é um agravante a mais no julgamento que as futuras gerações farão do golpe e dos governos militares.

Mas, esta, insisto, é uma tarefa que não cabe mais apenas aos historiadores - pelo contrário é um dever e uma imposição ao Poder Judiciário e ao Congresso Nacional, que pode resgatá-lo aprovando o quanto antes a comissão da Verdade e Justiça.



 

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