Governo retifica apoio e diz que vai estudar envio de tropas ao Rio

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Publicado Terça, 13 de Abril de 2004 às 12:28, por: CdB

Após o pedido de 4 mil soldados das Forças Militares feito nesta terça-feira pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, deixou claro que ofereceu um "conjunto de forças federais" para ajudar no combate ao crime do Rio. Ele ainda estuda se o Exército pode entrar em ação na cidade. Garotinho está em Brasília para conversar com o ministro.

— A situação hoje na Rocinha está totalmente sob controle da polícia do Rio - disse Garotinho.  — Conversamos muito sobre a proposta do ministro Thomaz Bastos de colaborar em todas as instâncias e aceitamos o oferecimento de atuação das Forças Armadas - disse Garotinho, nesta terça. 

A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, destacou que há uma parceria e não uma interferência do governo federal.  

— Cooperação eu quero, intervenção não. Até porque se for fazer intervenção vai fazer em todas as capitais, porque o Rio não é a capital mais violenta do Brasil - disse a governadora.

Rosinha afirmou em entrevista à rádio CBN que o combate ao tráfico de drogas é função do governo federal, já que é um problema que atravessa fronteiras. "Eu quero essa integração e essa cooperação. Agora, eu quero de verdade. Também não quero que diga e não venha'', afirmou.

As favelas da Rocinha e Vidigal estavam sob forte patrulha policial nesta terça-feira e muitos estabelecimentos comerciais reabriram suas portas, após terem ficado fechados por causa da violência. A Escola Americana, que está perto de uma das entradas da favela, permanecerá fechada até sexta-feira.

A Rocinha é a maior favela da América Latina com quase 150 mil habitantes e fica entre São Conrado e Gávea, bairros nobres da zona sul do Rio. Na segunda-feira, mais de 1.200 policiais civis e militares deram início a uma operação especial na Rocinha e no Vidigal. Os confrontos iniciados na semana passada levaram o vice-governador do Rio e secretário do Meio Ambiente, Luiz Paulo Conde, a propor a construção de um muro de três metros de altura em volta das favelas da Rocinha, Vidigal, Chácara do Céu e Parque da Cidade. No entanto, Conde voltou atrás em sua proposta na noite de segunda-feira.

— Eu me arrependi de ter falado de muro. A discussão sobre o muro não me interessa mais politicamente - disse Conde depois de se reunir com o presidente da Associação de Vizinhos da Rocinha.

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