Governo não assistirá à guerra cambial de forma impassível, diz Mantega

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Publicado Quinta, 01 de Março de 2012 às 05:43, por: CdB

Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu hoje (1º) as medidas adotadas pelo governo para evitar uma valorização excessiva do real e disse que a equipe econômica não ficará assistindo à guerra cambial de forma impassível. Hoje, novas medidas foram anunciadas para conter a excessiva valorização do real ante o dólar.

“O governo não ficará assistindo impassível a essa guerra cambial. Nós temos que nos defender”, disse Mantega, em entrevista coletiva. “O governo continuará tomando medidas para que o real não se valorize [excessivamente] prejudicando a produção brasileira”, acrescentou.

O Decreto 7.683, publicado nesta quinta-feira, no Diário Oficial da União, altera o prazo de dois para três anos da cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir de 1º de março de 2012.

Mantega lembrou que a prática de adotar esse tipo de medida era condenada até pouco tempo, mas, diante da crise atual, passou a ser recomendada até pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O fundo que não pensava assim, começou a pensar dessa forma principalmente depois que o Brasil começou a fazer medidas de intervenção no câmbio que tem sido bem-sucedidas”, destacou.

O ministro citou um estudo recente do FMI que recomenda a intervenção no câmbio principalmente em países emergentes, pois essas economias estão mais sujeitas à entrada e à saída de capitais estrangeiros, com eventuais prejuízos econômicos. Para o ministro, o dinheiro que vem ao Brasil para ser investido na produção é bem-vindo, mas o capital especulativo deve ser restringido.

Mantega enfatizou ainda que, neste sentido, o governo vem adotando medidas que incluem tanto mudanças no IOF quanto operações de compra de dólares no mercado financeiro brasileiro de forma a reforçar as reservas internacionais mantidas no Banco Central e enxugar o excesso da moeda norte-americana em circulação.

“Vamos continuar comprando reservas e, na medida do necessário, vamos continuar tomando medidas que vão punir e vão diminuir a rentabilidade do excesso de capital estrangeiro no Brasil”, disse ele.

Edição: Juliana Andrade

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