Governo francês quer acabar com a jornada de 35 horas

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Publicado Sexta, 03 de Outubro de 2003 às 13:03, por: CdB

Os socialistas franceses pediram nesta sexta-feira a criação de uma comissão parlamentar que realize um "balanço exato" dos resultados das 35 horas - a principal reforma do governo do ex-premier socialista Lionel Jospin - de forma a evitar sua degradação, promovida pelo atual premier de centro-direita Jean-Pierre Raffarin.

O ministro da Economia, Francis Mer, que considera uma "medida ruim" a das 35 horas, excluiu hoje uma simples derrogação da lei, mas assegurou que o governo de Raffarin fará o possível para "minimizar suas conseqüências".

Na quinta-feira, o ministro do Orçamento Alain Lambert assegurou que por culpa da redução da semana trabalhista de 35 horas a França sofre um déficit público muito superior aos parâmetros de Maastricht.

"Sem as 35 horas, que custam cerca de 15 bilhões de euros ao ano, estaríamos abaixo do 3% do déficit e não teríamos problemas com Bruxelas", disse o ministro.

Desde que chegou ao poder em maio de 2002, Raffarin já suavizou a lei, introduzindo mais flexibilidade para realizar horas extras. E agora aponta ao objetivo de voltar a uma semana trabalhista de 39 horas.

A intenção da ex-ministra Martine Aubry, que impulsionou as 35 horas, era reduzir o desemprego: mas a pesar dos socialistas atribuírem a reforma a criação de ao menos 300.000 postos de trabalho, a centro-direita é cética, e economistas como Jean-Paul Fitoussi destacam que apenas o crescimento gera o emprego

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