Governistas e grupo que quer deixar base aliada disputam liderança do PMDB

O novo quadro político instalado na base governista com a derrota do candidato oficial do PT à presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), para o candidato avulso Severino Cavalcanti (PP-PE), apresenta nesta terça-feira novos desdobramentos. A liderança do PMDB na Câmara está sendo disputada pelo grupo governista e pelo grupo que quer o afastamento do partido da base aliada, liderado pelo presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), e pelo ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

No início da tarde desta terça-feira, foi protocolada na Mesa Diretora da Câmara uma lista, com 48 assinaturas de deputados do PMDB, indicando o deputado Saraiva Felipe (MG) para a liderança do partido. Ele substituiria José Borba (PR), apoiado pelos governistas. Para manter Borba no cargo, os peemedebistas aliados ao governo terão que apresentar outra lista à Mesa com, pelo menos, 49 assinaturas. Depois de fechar a segunda-feira com 88 deputados, a bancada do PMDB voltou a ter hoje 91 integrantes, com a filiação de mais três parlamentares.

Ao mesmo tempo em que se apresenta como um líder que quer "unificar o partido", Saraiva Felipe reivindica maior espaço para os peemedebistas na interlocução com o governo federal.

- O diálogo está muito concentrado na presidência do Senado, estamos marginalizados - afirmou o parlamentar mineiro.

Ele observou que a eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da Casa:

- Foi um reflexo do descaso do governo com o Congresso, especialmente com a Câmara.

Saraiva Felipe disse, no entanto, que, na liderança, pretende ser uma ponte entre os dois grupos que têm travado uma luta interna no partido. Já o presidente do PMDB, Michel Temer, espera resolver a questão da liderança do partido na base do diálogo, para:

- Evitar o desgaste da imagem do partido.