General nega que brasileiros tenham sido feridos no Haiti

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Publicado Segunda, 10 de Janeiro de 2005 às 19:56, por: CdB

Três homens das tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) foram feridos durante uma troca de tiros com as gangues da favela de Cité Soleil, em Porto Príncipe, capital do Haiti. O comandante da Força de Paz da ONU, general Augusto Heleno, afirmou que os três sofreram ferimentos leves e passam bem. Ele também desmentiu a noticia divulgada pela imprensa, segundo a qual dois soldados brasileiros teriam sido feridos na última sexta-feira, durante operação realizada na favela.

"Nessa operação foram feridos três elementos da Força Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Nenhum deles era brasileiro, porque não havia brasileiros participando dessa operação. Foram feridos um major e um soldado jordaniano, e um policial francês, todos sem gravidade. Lamento que essa noticia tenha sido divulgada para a imprensa, porque isso traz preocupação aos familiares dos nossos militares que aqui estão. Eu quero dizer aos familiares que eles podem se tranqüilizar, porque não aconteceu nada com nenhum militar brasileiro", acrescentou o general.

O major foi baleado no braço, o soldado foi atingido com um tiro de raspão na perna e o policial francês teve um acidente com a própria arma. Segundo Heleno, "essas são ações normais em operações desse tipo". Ele disse acreditar que a informação foi transmitida de forma equivocado por causa da diversidade de idiomas das tropas que estão no Haiti e pela pressa em dar a noticia. "Aqui, nós trabalhamos com uma confusão muito grande de idiomas. Para se ter uma idéia, são 43 países participantes da polícia civil internacional. Muitas vezes, na pressa de noticiar, o jornalista acaba ouvindo determinada afirmativa e, por não ter tempo de confirmá-la, acaba por divulgá-la, explicou.

Cité Soleil é a maior favela de Porto Príncipe e, desde a última ação das tropas de paz da ONU em 14 de dezembro, está sob responsabilidade da tropa jordaniana. Durante a operação, a policia jordaniana prendeu mais de 60 suspeitos, dos quais quatro são bandidos reconhecidamente perigosos. "Nós tínhamos informações sobre locais de esconderijo de armas e, inclusive, foram recuperadas algumas armas e granadas. O objetivo da ação foi verificar essas informações e fazer o vasculhamento da área", afirmou o general.

Heleno lembrou que em outubro de 2004 o soldado brasileiro Luciano de Lima Carvalho levou um tiro no calcanhar, durante operação realizada no centro de Porto Príncipe. "Nós não podemos deixar de atuar por medo do risco, mas tomamos todas as precauções e medidas para que as ocorrências de ferimentos sejam as mínimas possíveis", comentou.

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