Gasolina pode compensar eletricidade na inflação

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Publicado Sexta, 14 de Dezembro de 2001 às 17:56, por: CdB

Uma queda de 20% no preço da gasolina pode garantir a anulação do impacto inflacionário que o aumento nas tarifas de energia elétrica causará no ano que vem. A energia deve subir pelo menos 20% em 2002, segundo previsões de economistas, em razão dos reajustes anuais das distribuidoras e do aumento extra para compensar as perdas com o racionamento. "O impacto negativo da gasolina no início do ano já banca toda a inflação provocada pelo reajuste da energia no ano inteiro", avalia o economista Paulo Bruck, coordenador de pesquisas do Instituto Fecomércio. Bruck ressalta, porém, que a compensação da alta de energia pela queda na gasolina, para efeito de meta anual de inflação, só ocorrerá se a gasolina se mantiver em baixa até o final do ano. A meta de inflação estipulada pelo governo no acordo com o Fundo Monetário Internacional é de 3,5% em 2002. A consultoria Tendências, que trabalhava com uma inflação de 4,9% no ano que vem, está revendo suas projeções devido aos reajustes da gasolina e da energia - que têm pesos de 4,43% e 3,87%, respectivamente, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo Banco Central (BC) como parâmetro para as metas de inflação. Cálculo feito pela economista Marcela Prada, da Tendências, dá conta que uma redução de 20% no preço da gasolina terá impacto negativo de 0,9 ponto porcentual no IPCA de janeiro. Em seu último relatório, a consultoria trabalhava com um alta de 25% na energia para 2002 - 20% de reajuste anual e 5% de aumento extra - o que daria um impacto de 0,96 ponto no índice. Esse número também será revisto em virtude do anúncio do ministro da Casa Civil, Pedro Parente, de que este aumento ficará entre 3% e 4%. Bruck calculou em 0,77 ponto o impacto do aumento da energia no IPCA de 2002, caso seja de 20%. Este valor é inferior ao 0,89 ponto de impacto negativo do reajuste da gasolina, também de 20%, em janeiro. A Receita calculou que o preço da gasolina cairá entre 20% e 25% no início do ano, em virtude da criação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), da baixa do petróleo no mercado internacional e do dólar, no País. O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Cláudio Considera, disse que a redução no preço da gasolina deve ficar perto a 16%. Confirmado esse valor, o impacto no IPCA de janeiro será de 0,7 ponto, segundo a Tendências.

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