Garotinho resolve continuar em greve de fome, no hospital

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Publicado Quarta, 10 de Maio de 2006 às 19:33, por: CdB

Dez dias depois de iniciar a greve de fome, confinado na sede do PMDB no Rio de Janeiro, o pré-candidato do PMDB à Presidência Anthony Garotinho foi transferido nesta quarta-feira em uma ambulância do Corpo de Bombeiros para o Hospital Quinta D'Or, acompanhado da esposa, a governadora Rosinha Matheus. Apesar da transferência, o ex-governador do Rio afirmou que não vai suspender o jejum, motivado pelo que chamou de perseguição política de órgãos da imprensa.

- Vou continuar a greve no hospital - afirmou.

A assessoria do ex-governador informou que ele foi submetido, no hospital, a um eletrocardiograma e a exames de raio-x, que apresentaram resultados normais. Ele recebeu soro por meio intravenoso para tratar alterações metabólicas diagnosticadas pelos médicos, mas seus assessores afirmam que ele se mantém em greve de fome.

Um novo boletim médico deve ser divulgado na manhã de quinta-feira. Os assessores disseram ainda que agora "depende de uma avaliação médica" a ida de Garotinho, de 46 anos, à pré-convenção do PMDB, no sábado, em Brasília, quando o partido decidirá se terá candidato a presidente da República. Antes de ser internado, ele havia confirmado sua presença. Segundo o médico Abdu Neme, Garotinho perdeu 6,2 kg durante a greve de fome e apresentava alterações em seu quadro de saúde.

- Ele vai ser submetido a reposição de sais minerais, mas isso não caracteriza fim da greve. Se ele não aceitasse, poderia ter problemas sérios - afirmou o médico.

Mais cedo, prefeitos e deputados do PMDB participaram de uma manifestação no centro do Rio, um apelo para que o ex-governador deixasse o jejum. O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), fez um apelo na manhã desta quarta para que Garotinho suspendesse a greve. O deputado mencionou razões humanitárias, demonstrando preocupação com a integridade do ex-governador. Desde o início, os principais dirigentes do PMDB foram contrários à greve de fome. Segundo a assessoria de Garotinho, 5 mil pessoas participaram do protesto nos arredores do diretório do partido, no centro do Rio, por aproximadamente três horas.

Garotinho começou a greve em 30 de abril, cobrando espaço das Organizações Globo e da revista Veja para se defender de denúncias de que organizações não-governamentais (ONGs) ligadas ao governo do Estado do Rio de Janeiro estariam canalizando recursos públicos para a sua campanha. Empresas de fachada teriam doado cerca de R$ 650 mil à campanha do ex-governador, segundo os jornais. Uma das empresas teria como um dos sócios um presidiário do Complexo Penitenciário de Bangu.

Em um comunicado assinado pelo ex-governador nesta quarta-feira, ele volta a atacar a imprensa e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que se trata de perseguição política.

- Sei que toda esta campanha foi feita para impedir minha candidatura à Presidência, pelo que ela representa para o Brasil: uma mudança entre os vendilhões da pátria do PSBD e os ladrões de plantão do PT - disse ele na carta divulgada pela assessoria de imprensa.

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