Fim da criminalização da maconha mobiliza sociedade paulistana

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Publicado Domingo, 17 de Dezembro de 2017 às 15:41, por: CdB

Os bons resultados do uso do óleo da maconha para tratar sintomas e consequências de doenças cardiovasculares foram apresentados no fórum.

 

Por Redação, com RBA - de São Paulo

 

A Câmara de Vereadores de São Paulo tem promovido uma série de debates sobre a discriminalização da maconha; principalmente, em seu aspecto medicinal. Um fórum realizado no parlamento paulistano apresentou o sucesso em tratamento de diversas doenças com o uso medicinal da maconha. O objetivo do debate, promovido pelo mandato da vereadora Soninha Francine (PPS); foi discutir a necessidade de regulamentação do cultivo da cannabis. E da produção de extratos da planta; bem como de uma política de redução de danos para ser incorporada à legislação brasileira.

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No Uruguai, uso da maconha para fins medicinais completa mais de uma década

Os bons resultados do uso do óleo da maconha para tratar sintomas e consequências de doenças cardiovasculares; desordens mentais, neurológicas – entre elas o autismo – e inflamatórias; além de doenças metabólicas e câncer foram abordados pela médica neuro-oncológica Paula Dall'Stella. O neurocirurgião Pedro Antonio Piero Neto; a psiquiatra Eliane Guerra Nunes e a farmacêutica Renata Monteiro Dantas Ferreira também participaram da Mesa.

Canabidiol

Um dos principais nomes em todo o mundo na pesquisa com a cannabis, o professor emérito da Escola Paulista de Medicina, Elisaldo Carlini, defendeu a regulamentação do plantio e produção do óleo no país. "O ministério da Saúde holandês comprou uma fazenda e cultiva a planta com rigor científico e segurança, para distribuir às farmácias. E no Brasil o avanço é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirar o canabidiol do rol de substâncias proibidas e o reclassificar como substância de uso controlado, regulamentando a importação do óleo. Não por acaso está para ser vendido no país o Sativex", apontou Carlini.

O custo do medicamento,  estimado entre R$ 1.500 e R$ 3.000 o vidrinho, esteve no centro da crítica dos especialistas. "Não deve mesmo ter sido por acaso que a Anvisa mudou a classificação do canabidiol, em 2015", disse a farmacêutica Renata Monteiro Dantas Ferreira.

Justiça

A psiquiatra Eliane Guerra Nunes defendeu a planta como prioritária no tratamento do autismo, bem como seu uso em relação à epilepsia. "Estudos mostram que outras substâncias presentes na planta, e não apenas o canabidiol, são benéficas no tratamento", disse. Para ela, a cannabis deve ser defendida também pelo avanço do canabidiol sintético, que deverá chegar ao Brasil em breve.

Apesar de a ciência comprovar que determinados compostos da planta são eficazes no tratamento de diversas doenças, pacientes e usuários ainda são tratados como criminosos no Brasil e têm de recorrer à Justiça para obter licença para cultivar a planta, o que torna a obtenção do extrato mais em conta do que a importação.

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