FHC quer unidade em torno da candidatura de Serra

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Publicado Quarta, 24 de Abril de 2002 às 18:12, por: CdB

O presidente Fernando Henrique Cardoso entrou no circuito para resolver problemas regionais que estão dificultando a aliança entre PMDB e PSDB e cobrou dos tucanos maior unidade em torno do pré-candidato do partido à sucessão presidencial, senador José Serra (SP). A pedido do comando do PMDB, com quem se reuniu ontem à noite, Fernando Henrique prometeu empenho na solução dos conflitos políticos para agilizar a campanha eleitoral e a indicação do nome do candidato à vice-presidência na chapa de Serra. Além da conversa com os peemedebistas, Fernando Henrique teve hoje um encontro de uma hora e meia com o presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), no Palácio da Alvorada. Na pauta, a condução da campanha do senador José Serra e a necessidade de o PSDB colaborar para viabilizar a aliança nacional com o PMDB. A possibilidade de o PSDB coligar-se com o PPB está sepultada e tudo indica que o PFL também vai liberar seus partidários na sucessão presidencial. Uma situação complicada para o PSDB e que está dificultando a formalização da coligação nacional está localizada em Mato Grosso. O ex-governador Dante de Oliveira, do PSDB, não aceita sequer conversar com os peemedebistas para um acordo. O PMDB, por sua vez, quer um entendimento com o PSDB que garanta uma das vagas do Senado para o senador Carlos Bezerra (PMDB-MT). Serra já conversou com Dante, mas não obteve sucesso. Fernando Henrique ficou de falar com Dante. Além do Mato Grosso, os tucanos, segundo levantamento do comando do PMDB, estão criando problemas em outros estados como Alagoas, Rondônia e Sergipe. Em reunião conjunta hoje entre os comandos do PMDB e do PSDB, ficou estabelecido que só depois de resolver essas pendências será anunciado o nome do vice-presidente na chapa do senador tucano José Serra (SP). O mais cotado ainda é o deputado Henrique Alves (PMDB-RN). "Temos mais duas semanas de trabalho para concluir a montagem dos palanques estaduais e, a partir daí, definir o nome do vice", previu José Aníbal. Uma das preocupações do presidente Fernando Henrique é com a falta de empenho do PSDB em torno de candidatura de Serra, uma vez que, nos bastidores, os próprios partidários de Serra fazem críticas ao candidato e ao seu desempenho eleitoral nas pesquisas. "Serra é o candidato do governo, do PSDB e do presidente Fernando Henrique", afirmou Aníbal, minimizando rumores de que Serra não estaria entusiasmando a opinião pública - justamente por ser candidato do governo - além das restrições de seu nome no Executivo, a exemplo do ministro da Fazenda, Pedro Malan. Na avaliação de dirigentes do PSDB, as divergências pontuais entre Serra e Malan são conhecidas. Segundo eles, o fato de Serra apresentar propostas de mudanças em alguns setores da economia, como a alteração da política de reajuste do preço dos combustíveis, não significa visão crítica ao governo Fernando Henrique. "Ele fará um programa de governo que se ajusta à nova realidade do país sem que isso signifique oposição ao governo", constatou o líder do PSDB, senador Geraldo Melo (RN). Na reunião ficou decidido também que na próxima semana os dois partidos vão se concentrar na montagem de um programa de governo comum.

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