FHC dirá a candidatos que acordo com FMI foi "ótimo"

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Publicado Quinta, 15 de Agosto de 2002 às 19:20, por: CdB

Um dos discursos já prontos do presidente Fernando Henrique Cardoso para os encontros com os principais candidatos à Presidência é o de valorizar o acordo com o FMI. Ele vai dizer que o acordo é "inédito" e que foi "ótimo", porque permitirá ao presidente eleito uma margem de folga para conduzir as contas nos primeiros meses de governo, não possui "cláusulas secretas" e não exige novos sacrifícios do País. Fernando Henrique vai garantir a cada um dos quatro candidatos que a revisão do acordo estará nas mãos do futuro presidente, que terá total autonomia para propor a modificação dos termos, a cada três meses, se entender necessário. O PT já manifestou que Luiz Inácio Lula da Silva dirá ao presidente que, se eleito, revisará o acordo. O presidente vai argumentar que o apoio dos candidatos é fundamental para evitar que os efeitos considerados positivos com a obtenção de recursos novos do FMI não se percam, o que será inevitável, se a turbulência econômica persistir. Vai mostrar ainda que o País poderia estar vivendo o melhor dos mundos se não fosse o clima de tensão eleitoral. Tensão que, ele acredita, será superada a partir de um bom resultado nos encontros com os presidenciáveis, na segunda-feira. Ressaltará ainda que o governo tem condições de tomar algumas medidas para tentar conter a turbulência do mercado, como a do aumento do compulsório dos bancos. É uma forma de mostrar que o governo tem poderes e capacidade de decisão, mas que o momento político exige uma ação conjunta de todos os atores envolvidos no processo. Além da votação da minirreforma tributária - basicamente o projeto que acaba com a cobrança em cascata do PIS - o presidente falará da importância de se concluir a votação do projeto de lei sobre a previdência complementar do servidor público. O presidente deverá abordar ainda a necessidade de prorrogação das alíquotas adicionais do Imposto de Renda para Pessoa Física e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido - que expiram em dezembro. Até o PT já se manifestou favorável à medida, mas o debate no Congresso só deverá ocorrer depois das eleições e sob a condução do presidente eleito. Sobre a agenda de votações do Congresso, o presidente poderá abordar, com um ou outro interlocutor, a regulamentação do artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro e permitirá, no futuro, a autonomia do Banco Central.

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