FHC classifica denúncias contra ex-diretor do BB como "requentadas"

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Publicado Segunda, 06 de Maio de 2002 às 20:37, por: CdB

O presidente Fernando Henrique Cardoso comentou, nesta segunda-feira, as acusações publicadas na revista Veja de que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio teria pedido R$ 15 milhões como propina ao empresário Benjamin Steinbruch, durante a formação do consórcio que liderou a compra da Companhia Vale do Rio Doce, em 1997. FHC atribuiu as notícias à proximidade das eleições, dizendo que sempre em épocas como esta "aumentam os rumores de escândalo". Ainda assim, reconheceu um mal-estar em seu governo. "Naturalmente, quando chega na fase eleitoral, aumenta mais ainda, aguça mais essa vontade de ver escândalo em toda a parte", afirmou. O presidente disse também que as acusações já estavam sendo investigadas, mas que nada ainda foi comprovado. "Não passam de rumores", ponderou. "O governo não tem por que ficar aflito com este diz-que-diz. Se for verdadeiro, muito bem", disse FHC, ressaltando que a Justiça se ocuparia do caso. O presidente também lamentou que as acusações possam interferir no governo. "Eu não gosto deste tipo de coisa, críticas públicas uns contra outros, isso sempre leva a manchetes e, na verdade, o principal desaparece diante do secundário em função dessa onda e, claro que eu lamento, mas acredito que faz parte da vida, fazer o quê. Eu levo o meu rumo e o meu rumo não passa por estes caminhos complicados", explicou. Fernando Henrique esquivou-se de comentar as especulações quanto à demissão do ministro da Educação, Paulo Renato Souza. O ministro ficou em situação delicada em seu posto após ser criticado por membros do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) por ter confirmado a reportagem publicada por Veja. Já o pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra, admitiu que todo esse escândalo poderá afetar sua pretensão de suceder Fernando Henrique Cardoso, atribuindo o mesmo a uma manobra de última hora orquestrada por políticos e empresários interessados em uma mudança de nomes. Paulo Renato diz que não está demissionário O ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, mandou sua assessoria de imprensa dizer que não está demissionário. Paulo Renato manteve sua agenda de compromissos nesta segunda-feira e embarcará, conforme previamente planejado, para Nova York, onde chefiará a delegação brasileira que participará da cúpula da infância na Organização das Nações Unidas.

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