Famílias vivem ameaça de despejo

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Publicado Quinta, 20 de Janeiro de 2011 às 12:06, por: CdB

Prefeito de Piraquara realoca famílias para escola, mas busca despejá-las

20/01/2011

Pedro Carrano

de Piraquara, Paraná

 

Nesta semana, cinqüenta famílias de trabalhadores vivem, em condições precárias, sob ameaça de despejo forçado, na cidade de Piraquara, na Grande Curitiba, região onde é anunciado o maior programa de urbanização de favelas em áreas de manancial do Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do bairro Guarituba.

Em outubro de 2010, as famílias ocuparam terreno considerado de manancial. À época foram formados 350 lotes. No dia 02 de dezembro, porém, foi feita uma ação de despejo, com o uso de cerca de mil policiais. A Prefeitura de Piraquara realocou a uma escola municipal as famílias que não tinham para onde ir. Entre elas, mais de 50 crianças.

Os moradores sofrem com a iminência de ação da polícia militar, sem data marcada. Para eles, o prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, o “Gabão”, do PPS, comprometeu-se ao realocar as famílias para a escola, e não pode agora despejá-las sem uma alternativa de moradia. Até agora, a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), órgão responsável, do governo do estado, cadastrou os ocupantes, mas sem propostas além da fila de espera dos projetos.

De acordo com João, liderança local, (00:00) “Se for para tirar o pessoal daqui e pôr na rua, tá errado, ali tem famílias e muitas crianças. Vai para onde? Não tem lugar para ir. Eles tinham que colocar as pessoas em um lugar, até para ver o que a Cohapar pode decidir dentro de quinze dias, porque a Cohapar já pediu os 15 dias, para resolver o problema, mas é só conversa, não existe documento para isso (00:32)

No bairro Guarituba, onde vivem 50 mil pessoas, o PAC conta com recursos de R$ 98 milhões, mas até agora completou apenas 13% das obras. O programa prevê realocação para apenas 803 famílias à margem de rios nessa região de bacia hidrográfica, responsável por parte do abastecimento de água de Curitiba.

A ocupação é formada por trabalhadores não contemplados pelos programas de moradia para faixas acima de três salários mínimos. No geral, esse grupo responde por 85,4% do déficit habitacional de 260 mil domicílios no Paraná.

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