FAB admite possível falha no controle aéreo em acidente

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Publicado Terça, 21 de Novembro de 2006 às 13:38, por: CdB

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, admitiu nesta terça-feira, em audiência pública no Senado, a possibilidade de que teria havido equívoco do controle aéreo durante a coordenação do vôo do Legacy antes de chocar-se com o Boeing da Gol, que levou à morte de 154 pessoas.

O brigadeiro afirmou, baseado em sua experiência como piloto da Aeronáutica e não em fatos da investigação do acidente, que o jato perdeu comunicação com Brasília e deixou de transmitir em qual altitude estava; o radar, então, teria mantido os dados do plano de vôo. Ou seja, no radar o Legacy estaria a 36 mil pés (conforme o plano de vôo), mas, na realidade, estava a 37 mil pés.

- O controlador apenas confiou no que o equipamento dizia. O que não sabemos é porque a comunicação dos pilotos do Legacy e o transponder voltaram a funcionar normalmente após a colisão -, disse Bueno.

O choque com o Boeing da Gol ocorreu justamente a 37 mil pés. De acordo com o plano, o Legacy decolaria a 37 mil, cairia para 36 mil quando passasse por Brasília e após um ponto virtual após a capital federal subiria para 38 mil pés de altitude.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, voltou a dizer que a torre de São José dos Campos deu uma orientação "inadequada" de que o Legacy, da empresa norte-americana Excell Aire, decolasse e mantesse os 37 mil até a proa de Manaus. No entanto, ele eximiu o controle aéreo de ser o único responsável pelo choque.

- Não dá para fazer a presunção definitiva de que foi o controle. Talvez, o avião desligou ou manteve em stand-by o transponder -, disse Pires na audiência.

Segundo as investigações, o transponder do jatinho voltou a funcionar depois de dois a três minutos da colisão com o Boeing. Durante os instantes em que o Legacy perdeu contato com a torre, houve de seis a oito tentativas sem sucesso de contato dos controladores com os pilotos Jan Palladino e Joseph Lepore.

Participam da audiência pública também o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, o presidente do sindicato das empresas aeroviárias, Marco Antonio Bologna, e o presidente do sindicato de controladores, Jorge Botelho.

Familiares de vítimas do acidente acompanham a audiência pública, assim como a maioria dos brigadeiros que compõem o comando da Aeronáutica.

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