Expedido Veloso diz que fez apenas análise técnica do dossiê

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Publicado Quarta, 22 de Novembro de 2006 às 13:15, por: CdB

O ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil Expedito Veloso disse nesta quarta-feira, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas (CPMI), que participou da negociação para obter o dossiê contra tucanos fazendo apenas uma "análise técnica dos documentos" em Cuiabá (MT).

- Eu trouxe o relato dessas informações, o que sintetizou a minha participação no evento -, afirmou Veloso.

Segundo ele, os documentos (15 cheques, 20 extratos de transferências bancárias, fotos e imagens) mostravam como a Planam supostamente arcou com restos a pagar da campanha de José Serra à Presidência da República, em 2002. Os cheques analisados por Expedito Veloso teriam sido depositados nas contas de duas empresas (Data Microinformática e Império Representações Turísticas).

- Considerando as transferências para essas duas empresas, entendi que seria muito simples entender a motivação dos depósitos. Segundo os Vedoin, donos da Planam, seriam mesmo restos de campanha do Serra em 2002. Tanto é que os depósitos são do final de 2002 -, disse.

O ex-diretor do Banco do Brasil contou ter viajado para Cuiabá com o ex-agente federal Gedimar Passos, a pedido de Jorge Lorenzetti, então chefe do núcleo de informações e inteligência da campanha à reeleição de Lula. Segundo o ex-diretor do Banco do Brasil.

Lá, os Vedoin teriam pedido R$ 10 milhões pelos documentos, mesmo valor oferecido pelo dossiê por Abel Pereira, empresário acusado de intermediar licitação no Ministério da Saúde durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

- No encontro, eles, os Vedoin, falaram da exigência financeira e do apoio jurídico, que precisavam de um advogado de peso e que de preferência estivesse em Brasília -, disse Expedito Veloso, que relatou a conversa para Lorezenti no retorno de Cuiabá.

Segundo Veloso, Lorezenti não autorizou nenhuma negociação envolvendo compra, mas acenou com a possibilidade de dar assistência jurídica aos donos da Planam.

Está previsto para ainda esta quarta o depoimento de Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho, que teria participado de negociações com a revista Época para a compra do dossiê. Para esta quinta-feira, a CPMI confirmou o depoimento de Abel Pereira.

A comissão também convocou Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo, mas o depoimento não deve ocorrer por um problema na agenda de compromissos de Lacerda.

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