Exército israelense se retira de Rafah

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Publicado Domingo, 12 de Outubro de 2003 às 06:17, por: CdB

O Exército de Israel começou a se retirar do campo de refugiados palestino de Rafah, na Faixa de Gaza, para a área da fronteira com o Egito.

Pelo menos 40 tanques israelenses foram vistos deixando a região, mas um oficial militar disse que operações como esta vão continuar enquanto houver contrabando de armas.

Um adolescente palestino foi morto pelos soldados ao fim da operação militar que, segundo Israel, tinha o objetivo de encontrar túneis usados para o contrabando de armas.

O jovem de 19 anos foi morto com uma bala no peito, aumentando para oito o número de vítimas palestinas durante a ação na Faixa de Gaza.

Sete palestinos, entre eles dois jovens de oito e 15 anos de idade, foram mortos no primeiro dia da ação e mais de 50 pessoas ficaram feridas.

Cerca de dez casas foram destruídas. A ação militar também danificou o fornecimento de água e luz aos moradores, informaram fontes palestinas.

Túneis

O Exército de Israel anunciou ter descoberto três túneis no campo de Rafah, mas até agora nenhuma arma foi encontrada.

Segundo analistas, a ação em Rafah - que durou dois dias - mostra uma mudança nas táticas israelenses de fazer incursões rápidas nos territórios palestinos.

Israel alega que informações do serviço de inteligência mostravam que militantes palestinos estavam tentando contrabandear mísseis do Egito, que poderiam ser usados contra tanques, helicópteros e aviões de combate.

"Se obtivermos sucesso... destruindo a maior parte dos túneis, de preferência todos eles, por algum tempo eles não serão usados e Israel não vai ter que se preocupar com este tipo de contrabando", disse o porta-voz do governo israelense Zalman Shoval ao programa World Today, da BBC.

Condenação

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, condenou o assassinato de palestinos durante a incursão.

"Não é a primeira vez que o secretário-geral lembra Israel que o uso desproporcional da força em áreas densamente populadas não está de acordo com as leis internacionais", disse Kofi Annan em um comunicado.
Ele pediu que os dois lados "tomem medidas para evitar danos a civis inocentes".

Um assessor do presidente da Autoridade Palestina Yasser Arafat também condenou a ação.

"Nós condenamos duramente esses crimes de guerra cometidos por Israel que estão causando uma tragédia humana", disse Nabil Abu Rudeina.

"Esta escalada israelense não apenas ameaça o processo de paz, mas sim a região".

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