EUA manifestam impaciência com ONU sobre Iraque

O governo dos Estados Unidos indicou que está perdendo a paciência com as Nações Unidas, num momento em que os membros do Conselho de Segurança continuam a manifestar objeções à proposta americana de resolução sobre o Iraque. O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que a ONU tem um tempo limitado para chegar a um acordo sobre a proposta apresentada pelos americanos e apoiada por britânicos. O presidente americano, George W. Bush, disse que se a ONU não tomar uma decisão, os Estados Unidos vão liderar uma coalizão para desarmar o Iraque. Apesar de intensa pressão, o ministro russo do Exterior, Igor Ivanov, disse nesta terça-feira que a nova proposta de resolução, apresentada no dia anterior, não atende aos critérios do governo da Rússia e é inaceitável. França O ministro do Exterior da França, Dominique de Villepin, disse que é necessária muita discussão antes de se chegar a um acordo sobre o assunto. Uma versão menos rigorosa da resolução foi apresentada informalmente depois que um texto anterior, que explicitava a ameaça militar contra o Iraque, foi rejeitada por França, Rússia e China - todos membros permanentes do Conselho de Segurança. A notícia de que os russos não estariam satisfeitos com o documento chega no momento em que Hans Blix, o chefe da equipe de inspetores de armas da ONU, se reúne em Moscou com o ministro do Exterior da Rússia, Igor Ivanov, e outras autoridades do país. "Se os iraquianos cooperarem para que haja certeza de que não existem armas de destruição de massa, acho que não haverá guerra", disse Blix. Os Estados Unidos já apresentaram a nova proposta de resolução aos quatro outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - China, Grã-Bretanha, França e Rússia. França e Rússia Uma "fonte segura" em Moscou, citada pelas agências de notícias Itar-Tass e Interfax, no entanto, disse que o documento "era muito desapontador, particularmente porque as autoridades americanas falaram muito nos últimos dias sobre levar em consideração as posições de outros países e encontrar uma solução aceitável para todas as partes." Falando à BBC, o subsecretário de Estado americano, John Bolton, confirmou ter discutido a posição russa com Igor Ivanov durante uma reunião nesta terça-feira. Bolton disse, no entanto, que a proposta de resolução será discutida em mais profundidade por Ivanov e pelo secretário de Estado americano, Colin Powell, no final da semana. Nesse ínterim, é grande o movimento no Conselho de Segurança. A França também está relutante em aceitar a proposta americana, e há indícios de que Rússia e França unirão forças para exigir que qualquer menção ao uso da força contra Bagdá seja retirada da resolução. Segundo altos diplomatas russos, as ameaças não condizem com a busca de uma solução política para a questão.