EUA devem pedir que aliados confirmem desafio iraquiano à ONU

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Publicado Quinta, 23 de Janeiro de 2003 às 23:04, por: CdB

Na quarta-feira, os representantes do governo Bush afirmaram que na próxima semana eles devem confrontar a França, Alemanha e outras nações céticas sobre ação militar contra o Iraque: os EUA pedirão que estas nações concordem publicamente que o Iraque desafiou o Conselho de Segurança. As autoridades, expressando irritação com a recusa de antigos aliados em apoiar os EUA, destacaram que estavam analisando a possibilidade de buscar uma segunda resolução da ONU, que autorizaria o uso da força contra o Iraque. Ao menos, eles afirmaram, os EUA pedirão que as nações contrárias à posição americana reconheçam que o Iraque não cumpriu as resoluções que pedem a revelação de seus programas de armas de destruição em massa e que estes sejam eliminados. Segundo afirmaram as autoridades do governo, sua estratégia se baseava na crença de que pode não haver uma "prova certa" sobre a posse iraquiana de armas ilegais. Por isso, eles reconheceram que seu argumento deve ter uma aproximação negativa: que o Iraque fracassou em afastar as suspeitas dos EUA e outras nações sobre suas armas de destruição em massa. Os representantes do governo americano afirmam, sem oferecer provas, que o Iraque impossibilitou as inspeções ao ocultar suas armas. Na quarta-feira, confrontado pelas pesquisas de opinião indicando que os americanos já têm dúvidas sobre o apoio à guerra, o presidente Bush condenou o líder iraquiano, Saddam Hussein. Qualificando-o como "um homem perigoso com armas perigosas", o presidente afirmou em St. Louis que se "Saddam Hussein não se desarmar, os EUA e seus amigos da liberdade desarmarão Saddam Hussein". Ainda, alguns membros do governo americano indicaram que a França e outros aliados relutantes, vendo a ação militar como inevitável, seriam convencidos - ao receberem garantias que suas empresas que exploram as reservas de petróleo iraquiano não serão prejudicadas. Outros afirmaram que os franceses poderiam retroceder em sua resistência se os EUA concedessem mais algumas semanas para os inspetores. O governo dos EUA está agora planejando se concentrar no relatório que o chefe dos inspetores, Hans Blix, deve apresentar na segunda-feira - na esperança que o dossiê ofereça detalhes amplos sobre a desobediência do Iraque. Isso poderia resultar em uma nova demanda para que Bagdá elimine suas armas proibidas. Na quarta-feira, indicando que os franceses já declararam publicamente que o Iraque tem armas proibidas e não cumpriu as resoluções, os representantes do governo Bush afirmaram que a França e a Alemanha podem ser convencidas a repetir esta condenação na próxima semana. "Nossa meta consiste em acordá-los para a realidade e depois discutir o que deve ser feito", afirmou uma autoridade, referindo-se à França. "Nós desejamos criar uma situação em que eles serão obrigados a responder aos fatos óbvios e explicar porque não querem agir".

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