EUA demonstram prontidão para negociar com a Coréia do Norte

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Publicado Quarta, 15 de Janeiro de 2003 às 22:52, por: CdB

A nova conduta do presidente Bush em relação à Coréia do Norte, envolvendo a oferta de considerar uma assistência de alimentos e combustível em troca de um acordo para o desmantelamento do programa nuclear norte-coreano, reflete a determinação do governo em ver a crise coreana resolvida pacificamente e manter o foco no Iraque. Com seus assessores divididos sobre a questão - em um governo que geralmente possui rachas ideológicos em questões internacionais - Bush foi pressionado a tentar isolar a Coréia do Norte e espera que a ditadura de Kim Jong Il se entregue às demandas americanas ou desmorone. Esse curso poderia ter intensificado a crise e deixado a Coréia do Norte prosseguir a construção de seu programa de armas nucleares, que, segundo oficiais de inteligência dos EUA, pode já ter uma ou duas bombas e é capaz de acumular seis armas em seis meses. Mas alguns diplomatas expressaram ceticismo na última terça-feira sobre a realização dessa conversa de conciliação com a Coréia do Norte, tanto pela intransigência norte-coreana na questão nuclear quanto na busca de garantias de segurança, em vez de benefícios econômicos. "O governo parece estar balançando cenouras na frente de seus narizes, mas eu não acho que isso será suficiente", disse um diplomata asiático, acrescentando que a melhor forma de resolver a crise seria através de uma medida "concreta e tangível", por parte da Coréia do Norte na área nuclear. A oferta de Bush de recompensar o bom comportamento da Coréia do Norte com incentivos veio uma semana depois de os EUA e seus aliados na região desaprovaram a idéia de permutas para lidar com o problema. Na última terça-feira, Bush declarou que estava "absolutamente convencido" de que a questão norte-coreana seria "resolvida de forma pacífica". Desde o surgimento do problema norte-coreano, quando o país revelou que o governo de Pyongyang estava enriquecendo urânio para possível uso em armas nucleares, o governo Bush tentou subestimar a urgência da questão, enquanto aumentava sua presença militar no Golfo Pérsico. Bush e o secretário de Estado Colin L. Powell, que tomou uma postura dura com a Coréia do Norte, também mostrou sinais da prontidão do governo para negociar. Na Casa Branca, Bush não especificou que tipo de pacote de assistência pode ser considerado para a Coréia do Norte no futuro, mas lembrou aos membros da platéia presente que o governo estava preparado para oferecer o que disse ter sido "uma ousada iniciativa" no ano passado, antes da revelação das ambições nucleares do país.

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