EUA atribuem ataques no Iraque a "elementos leais" a Saddam

Arquivado em:
Publicado Terça, 01 de Julho de 2003 às 14:27, por: CdB

A Casa Branca minimizou, nesta terça-feira, os sucessivos ataques contra soldados americanos e britânicos no Iraque e atribuiu a escalada de violência a "alguns elementos leais" ao ex-presidente iraquiano Saddam Hussein. Em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, explicou que há unidades da Guarda Republicana, tropa de elite do deposto regime de Bagdá, que renunciaram a lutar contra os invasores e que estão atuando agora, uma vez reagrupadas. Desde que o presidente George W. Bush declarou o fim das principais operações de combate, em 1° de maio, pelo menos 23 soldados americanos (dos 146 mil que estão no Iraque) morreram em ataques, a maioria deles com lança-granadas. - Membros da Guarda Republicana abandonaram suas posições (durante o avanço aliado) e não é surpreendente que algumas dessas forças leais estejam fazendo o possível para atacar as tropas americanas - disse o porta-voz. - Junto aos elementos da Guarda Republicana atuam membros do partido Baath, das unidades paramilitares Fedayin Saddam e outras organizações especiais de segurança - afirmou em Bagdá o chefe da administração provisória do Iraque, Paul Bremer. O representante americano disse que também "há claros indícios da existência de terroristas internacionais no país". Num encontro com membros das Forças Armadas, Bush informou que entre esses terroristas há "membros do grupo Ansar el Islan associados à Al Qaeda que estão esperando uma oportunidade para atacar" as tropas americanas e britânicas. Bush afirmou que esses terroristas, especialmente ativos no norte e no oeste de Bagdá, "estão equivocados" se acham que podem prejudicar os EUA, e ressaltou que as tropas americanas "os enfrentarão de maneira direta e contundente". A administração americana repete há dias que os ataques quase diários das tropas aliadas no Iraque não são representativos da situação geral no país e insiste que a maioria dos iraquianos agradece a presença dos Estados Unidos. O secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, declarou nesta segunda que seu país não enfrenta um impasse no Iraque e rejeitou qualquer comparação entre as ações armadas de grupos iraquianos contra os aliados e a resistência na guerra do Vietnã. O temor de novos ataques foi expresso nas últimas horas pelo grupo de congressistas americanos que visitam o Iraque. A guerra ainda continua, os riscos estão ainda aí e pode haver mais baixas - disse o senador republicano John Warner. Igualmente pessimista, o senador democrata John Rockefeller advertiu que "o povo americano deverá assumir a idéia, assim como o Congresso, de que há mais probabilidades de que as coisas piorem do que melhorem a médio prazo". Rockefeller disse que o panorama atual parece indicar que as tropas dos Estados Unidos deverão permanecer "a longo prazo" no Iraque, apesar de a administração americana insistir que sua presença tem data para terminar. Fleischer reiterou que é difícil determinar essa data e que a intenção de Washington é "estar no Iraque o tempo necessário até que todo o trabalho esteja bem feito. Nem um dia além". - O povo iraquiano está satisfeito com o fato de que os Estados Unidos o ajudará a desfazer-se de Saddam Hussein. Os iraquianos querem que os americanos permaneçam para garantir a segurança - disse Fleischer. Esta opinião pode ser deduzida de uma pesquisa realizada entre iraquianos e apresentada pelo porta-voz como contraponto à divulgada nesta terça pelo jornal USA Today e a cadeia de televisão CNN, segundo a qual a confiança dos americanos para a situação no Iraque foi abalada. De acordo com a pesquisa, 56 por cento dos americanos consideram que as coisas vão bem para os Estados Unidos no Iraque, uma forte queda em relação aos 70 por cento que pensavam o mesmo há um mês e aos 80 por cento de dois meses atrás.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo