Um estudo recém-divulgado pelo Banco Mundial afirma que, apesar dos esforços para reduzir a pobreza na América Latina, mais de 80% dos indígenas latino-americanos vivem na pobreza extrema, uma tendência que pouco mudou desde a década de 1990, quando foram registrados diversos progressos econômicos.
O estudo analisa a situação vivida em cinco países latino-americanos: Bolívia, Peru, México, Guatemala e Equador. O relatório afirma que ''onde quer que vivam, os indígenas tendem a ser os mais pobres entre os pobres''.
O documento discute por que, mesmo hoje em dia tendo mais acesso a uma melhor educação e a treinamento profissional, os cerca de 28 milhões de indígenas latino-americanos não conseguem aprimorar seus padrões de vida ou equipará-los aos das populações não-indígenas de seus países.
De acordo com Emmanuel Skoufias, economista-sênior no Banco Mundial e um dos autores do relatório, o estudo mostra que ''devido à sua exclusão histórica, os povos indígenas continuam a ter acesso limitado a terras produtivas, serviços básicos e a mercados financeiros''.
No meio rural, os indígenas costumam ser afetados pela escassez de recursos como água corrente e eletricidade, mas também pelo acesso a estradas, que é vital para que eles possam transportar seus produtos para o mercado.
Mas o documento afirma que as relações desiguais entre indígenas e não-indígenas se dão tanto nos grandes centros urbanos como no meio rural. O estudo afirma que, no meio rural, os indígenas são mais dependentes da agricultura como meio de subsistência e têm poucas oportunidades de obter empregos que não sejam os destinados à mão de obra não qualificada.