Os manifestantes entraram em confronto com os seguranças e a polícia, mas não deixaram de vaiar o ministro, que reluta em conceder aumento salarial de 75 por cento para os docentes e funcionários das universidades federais.
Paulo Renato evitou ser visto pelos manifestantes quando chegou ao Hotel Glória, na zona sul da cidade, onde o seminário sobre o Plano Nacional de Educação começaria. Mas os estudantes e professores não se intimidaram e invadiram o hotel.
Assustado, o ministro disse que nunca houve interrupção nas negociações com os grevistas e que permanece disposto a conversar, mas reiterou que o pagamento de salários dos grevistas continuará suspenso até que voltem ao trabalho.
Durante a manifestação que chegou a interromper o pronunciamento do ministro, os estudantes pediram o cancelamento do vestibular deste ano. Paulo Renato, entretanto, reafirmou que não admitirá a suspensão do concurso.
“Não vou admitir isso, que ninguém cancele o vestibular. Usarei todos os meios, inclusive vou discutir com entidades capazes de fazer o vestibular para que estudem maneiras de realizá-lo e garantir que, no ano que vem, haverá ingresso de jovens no ensino superior”, afirmou.
Hospital Gafrée Guinle parado
Os mil e duzentos professores universitários e funcionários públicos suspenderam suas atividades no Hospital Gafrée e Guinle, que fica na zona norte do Rio de Janeiro, também nesta terça-feira, por não terem recebido o pagamento do salário do mês de setembro.
Com a greve, estão interrompidos, por tempo indeterminado, os atendimentos aos doentes de Aids, como exames laboratoriais e emissão de receitas.
O hospital é um dos maiores centros de tratamento e pesquisa sobre a Aids no Brasil.