Escândalo na Itália atinge Roma e Lazio

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Publicado Segunda, 22 de Maio de 2006 às 10:27, por: CdB

Os clubes Roma e Lazio foram envolvidos nos escândalos de suposta fraude esportiva, depois que dois promotores de Roma acusaram as entidades de fraudar os balanços financeiros e entregaram nesta segunda-feira a documentação, passo prévio ao pedido para que seus presidentes sejam processados.

Segundo a imprensa local, fontes judiciais informaram que os promotores Luca Palamara e Maria Cristina Palaia pedirão nos próximos dias que o proprietário do Roma, Franco Sensi, e o ex-presidente da Lazio, Sergio Cragnotti, sejam processados por "falsificação de balanços" do exercício 2001/2002.

O Roma, que ganhou o Campeonato Italiano na temporada 2001/2002, é acusado de ter omitido o lucro obtido pelos direitos do jogador Hidetoshi Nakata, equivalente a 13,8 milhões de euros.

Nakata é o caso mais evidente, mas a promotoria também viu supostas irregularidades nos lucros gerados por transferências e cessões de outros 22 jogadores.

A Lazio, que ganhou o Campeonato em 1999/2000, é acusada de não ter informado o lucro obtido na transferência do meia argentino Juan Sebastián Verón, equivalente a 20,58 milhões de euros.

O escândalo também atingiu o Milan e a Inter. O promotor Carlo Nocerino pediu um relatório técnico especializado para estabelecer os critérios de avaliação com os quais se determinou o valor de alguns jogadores dessas equipes, diante da suspeita de que foram falsificados na hora de incluí-los nos balanços anuais.

No olho do furacão, Luciano Moggi, ex-diretor-geral da Juventus, acusou o conselheiro delegado do Milan, Adriano Galliani, de tê-lo traído e de ser quem trouxe o escândalo à tona. Moggi é investigado por "formação de quadrilha destinada à fraude em competição esportiva" e é considerado um dos "cérebros" das supostas fraudes.

"Maldito o dia em que me reuni com Silvio Berlusconi (ex-primeiro-ministro e dono do Milan)", afirmou Moggi em entrevista à Gazzetta del Sud. Moggi afirma na entrevista, publicada também nesta segunda, que Berlusconi quis contratá-lo e que Galliani, que não queria isso, fez com que o escândalo das supostas pressões sobre os árbitros viesse à tona através de grampos telefônicos.

Moggi contou que se reuniu com Berlusconi em setembro do ano passado e que ele propôs que fosse trabalhar no Milan. O dirigente do Juventus disse a ele que pensaria na proposta e Berlusconi contou tudo a Galliani. "Galliani não gostou disso", assegurou Moggi.

"E o que são as coisas, duas semanas depois da reunião chegaram à Federação de Futebol os documentos das promotorias de Turim e Nápoles com grampos telefônicos sobre mim e outras pessoas ligadas ao futebol", acrescentou Moggi.

Moggi também atacou o ex-presidente da Federação Franco Carraro, que teria sido informado de tudo por Galliani. Moggi assegura que fizeram uma armadilha para ele.

O diretor da Juventus assegurou que o mundo do futebol vive de "lógicas e interesses impiedosos", e jogou a culpa da situação aos "poderes econômicos" que administram os direitos televisivos.

"Me mataram e a este ponto prefiro ter um julgamento imediato a ser maltratado desta forma", ressaltou Moggi, que reiterou que seu filho, diretor da empresa de contrato de jogadores GEA, também envolvida em casos de suposta corrupção, "não tem nada a ver" com a trama.

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